Segunda-feira, 30.08.10

É necessário saber não cair na esparrela do inimigo

Sobre as condecorações da Santa Sé a Cavaco Silva e a Sócrates, subscrevo o post do Padre Serras Pereira que, com a devida vénia, aqui publico na integra:


 



Paolo Rodari e Andrea Tornielli, dois vaticanistas italianos, acabam de publicar um livro (Rodari P., Tornielli A., Attacco a Ratzinger. Accuse e scandali, profezie e complotti contro Benedetto XVI, Piemme 2010, pp. 321) no qual demonstram exaustivamente que Bento XVI foi o Papa mais atacado na história da Igreja. Desde os movimentos abortistas passando pelos grupos feministas, promotores da ideologia “gay”, controladores populacionais, laicistas ocidentais, fundamentalistas islâmicos, progressistas católicos – incluindo Bispos e Cardeais -, tradicionalistas infiéis até aos burocratas incompetentes e desmazelados da Cúria Romana se têm distinguido pela sanha ou pela irresponsabilidade para com o Santo Padre.


 


As condecorações da Santa Sé ao presidente Cavaco e ao primeiro-ministro Sócrates que um semanário da capital hoje noticia com grandes parangonas[1] não passam de mais um episódio a acrescentar aos demais.


 


Reza a notícia que as distinções foram atribuídas depois do presidente ter promulgado o “casamento gay”. Independentemente da intenção subjectiva de quem recebeu a novidade e a publicou com destaque, objectivamente falando as repercussões que terão no público, em particular nos católicos, serão, primeiro, as de que quem combate pelos valores e princípios inegociáveis só se opõe à reeleição de Cavaco e à governança de Sócrates por causa do falsamente chamado casamento entre homossexuais; segundo, que o Papa não atribui qualquer importância à legislação e à promulgação dessa “lei” injusta; terceiro, que não só não vê qualquer incompatibilidade na feitura e promulgação dessas leis por parte de católicos ou de qualquer outra pessoa como distingue essas iniquidades condecorando os seus autores; quarto, o Santo Padre quis dar, aos católicos, uma indicação de voto – em Cavaco - para as presidenciais em Cavaco. Em suma, essa multidão de católicos e de muitas outras pessoas de boa vontade que têm batalhado denodadamente pelo Bem Comum não passam de uns fundamentalista histéricos e embrutecidos que estão em manifesta contradição como pensamento e o agir de Bento XVI.


 


Se é certo que será isto o que pensará o comum das pessoas ainda é mais certo que qualquer uma dessas conclusões não pode estar mais longe da verdade.


 


Convirá em primeiro lugar, antes de irmos às condecorações, esclarecer que aquilo que nos faz rejeitar com todas as veras a reeleição de Cavaco é um ror de monstruosidades medonhas que ele enquanto presidente promulgou: procriação artificial, experimentação letal em seres humanos embrionários, clonagem, liberalização do aborto, divórcio expresso sem culpa, educação sexual perversa e obscena nas escolas, regime das chamadas uniões de facto e pseudo-casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ora em relação a todas estas “leis” iníquas e injustas sempre se opôs com toda a determinação e inteligência Joseph Ratzinger como teólogo, como Arcebispo, como Cardeal e agora como Papa Bento XVI. Só quem não conheça a sua vida e os seus escritos é que poderá fantasiar absurdos surrealistas como aquelas “conclusões” que elencámos acima. A verdade, porém, é que a imensa maioria das pessoas, incluindo católicos, não o conhece a não ser por impressões vagas e distorcidas que de vez em quando lhe chegam por preconceituosos e ignaros meios de comunicação social, inclusive da Igreja.


 


Então o que significam as condecorações?!, perguntará justamente espantado quem me lê. Não significam nada; e significam muito. Parece paradoxal que afirme e uma coisa e o seu contrário como sendo ambas verdadeiras. Mas o esclarecimento é simples. Quando o Santo Padre faz visitas também na qualidade de chefe de estado há umas formalidades, que não passam disso mesmo, combinadas entre os ministérios dos negócios estrangeiros do país visitado e o da secretaria de estado do Vaticano, em que se trocam condecorações entre as autoridades como um gesto de benevolência (“não quebrar a cana fendida”, como escreve o profeta Isaías) ou de gratidão pelo acolhimento prestado. É algo de parecido com as trocas de presentes entre o Papa e as autoridades que recebe. Ou para dar um exemplo mais corriqueiro: quando o Papa nos seus discursos trata por Vossa Excelência, o presidente do Irão ou da Coreia do Norte que o visitam (se é que o visitaram alguma vez) não está a declarar que essas pessoas são excelentes, isto é, muito virtuosas, está simplesmente a cumprir uma formalidade.


 


No entanto, tendo em consideração o impacto que a publicitação de tais condecorações tem na opinião pública, alheia a estas burocracias curiais, não se pode deixar de reconhecer que a sua importância é enorme como agora se verifica para grande escândalo dos fiéis. As repercussões culturais, políticas e religiosas desta notícia podem ser devastadoras. Por isso, os termos em que a nota da condecoração a Cavaco foi redigida é a todos os títulos lamentável. Os funcionários burocratas da cúria, e sabe Deus se com a cumplicidade ou não de algum Bispo espertalhaço cá do sítio, prestaram um péssimo serviço ao Santo Padre, à Igreja e a Portugal. De facto, como é possível que ignorassem o historial político do presidente? E se não é possível ignorá-lo com arranjaram uma condecoração naqueles termos? Alguém quer muito mal ao Papa.


 


Nuno Serras Pereira


28. 08. 2010


publicado por Afonso Miguel às 18:09 | link do post | comentar
Sexta-feira, 16.07.10

Fátima: um dos Santuários mais profanados do mundo

Lembram-se de quando os bispos da FSSPX peregrinaram a Fátima para rezar em reparação do Imaculado Coração de Maria, na sequência da profanação do altar da Capelinha por um "sacerdote" hindu? Pois bem, atentemos ao que ali se passou quando o Santo Padre visitou Portugal e perguntemo-nos se o mal feito não merece semelhante remédio. Acontece que, durante a estadia de Bento XVI, realizou-se  em Fátima um encontro internacional do Caminho Neocatecumenal. Certamente que os que estiveram na Missa papal do dia 13 de Maio se recordam da presença de grupos ligados a este movimento. Eram muitos os cartazes a identificarem-nos, bem como as celebres danças que têm por hábito fazer em redor do "altar-mesa" onde celebram a "eucaristia". Um sem número de jovens frenéticos, saltando ao som de batuques e guitarras, enquanto alguém tentava rezar o terço aos microfones da esplanada do Santuário, antes da chegada do Papa. O bailado, absolutamente herético, profanou  mais uma vez aquele espaço sagrado, a exemplo do que acontece em todos os locais a que esta gente passada da cabeça se desloca. Para além disso, o comportamento que tiveram durante a Missa foi deplorável: uns fumavam (sabe-se lá o quê...), outros bebiam, outros merendavam...


 


O vídeo que aqui podem ver é apenas uma amostra da situação descontrolada que se gerou naquela manhã. Só quem lá esteve é que sabe as dimensões que atingiu a profanação e disso pode dar testemunho, como eu. E foi tal a paródia que me atrevo a dizer que a Capelinha espera, até hoje, por outro acto de reparação urgente, por causa deste e de outros atentados de que tem sido sistematicamente o alvo preferencial.

publicado por Afonso Miguel às 17:10 | link do post | comentar
Segunda-feira, 24.05.10

"A resposta dos dirigentes portugueses ao Papa" - por Alain Lorans

Como é habitual, a FSSPX põe as coisas como elas são, "curto e grosso", porque contra factos não há argumentos: Cavaco Silva é só mais um partidário da secularização da sociedade (e mandou umas belas dumas chicotadas a Nosso Senhor).

publicado por Afonso Miguel às 23:34 | link do post | comentar

Bento XVI em Portugal [XV] - Papa lembra novamente Fátima

Bento XVI relembrou a visita a Portugal, mais propriamente a Fátima, ontem em Roma, por ocasião da Solenidade de Pentecostes:


 



De fato, o que é que viveu aquela imensa multidão, na esplanada do Santuário [de Fátima], onde todos nós éramos um só coração e uma só alma, senão um renovado Pentecostes? No meio de nós estava Maria, a Mãe de Jesus.


 


Não há Igreja sem Pentecostes. E quereria acrescentar: não há Pentecostes sem a Virgem Maria.


publicado por Afonso Miguel às 23:19 | link do post | comentar
Quarta-feira, 19.05.10

Bento XVI em Portugal [XIV] - "Sabedoria e Missão"

Bento XVI lembrou novamente a visita a Portugal na catequese da audiência geral de hoje. Não há dúvida de que se tratou de um marco muito importante no seu pontificado e, atrevo-me a dizer, na história recente da Igreja.


 



CIUDAD DEL VATICANO, 19 MAY 2010 (VIS).-Benedicto XVI rememoró en la catequesis de la audiencia general de los miércoles el viaje apostólico que efectuó a Portugal entre el 11 y el 14 de mayo, con motivo del décimo aniversario de la beatificación de los pastorcillos Jacinta y Francisco.


 


El Santo Padre afirmó que a lo largo de todo su viaje se sintió “sostenido espiritualmente” por su predecesor Juan Pablo II, “que visitó Fátima tres veces, dando las gracias a la “mano invisible” que lo liberó de la muerte durante el atentado del 13 de mayo, aquí en esta misma Plaza de San Pedro”.


 


Durante la misa en Lisboa, la capital “de la que partieron a través de los siglos tantos misioneros para llevar el Evangelio a muchos continentes”, el Papa animó a los diversos componentes de la Iglesia local a “una vigorosa acción evangelizadora en los distintos sectores de la sociedad, para ser sembradores de esperanza en un mundo marcado a menudo por la desconfianza” y en particular, exhortó a los creyentes a “anunciar la muerte y resurrección de Cristo, corazón del cristianismo, fulcro y apoyo de nuestra fe y causa de nuestra alegría”.


 


Benedicto XVI se refirió después a su encuentro con los representantes del mundo de la cultura en Belem, donde resaltó “el patrimonio de valores con que el cristianismo ha enriquecido la cultura, el arte y la tradición del pueblo portugués. En esta noble tierra, como en cualquier otro país profundamente influenciado por el cristianismo, se puede construir un futuro de entendimiento fraternal y cooperación con las otras instancias culturales, abriéndose recíprocamente a un diálogo sincero y respetuoso”.


 


En Fátima, “una ciudad marcada por una atmósfera de misticismo genuino en la que se siente de forma casi palpable la presencia de la Virgen”, el Papa fue “un peregrino con los peregrinos” y depositó en la Cova da Iria ante María “las alegrías y esperanzas y también los sufrimientos del mundo entero”.


 


Asimismo, el Papa recordó las vísperas celebradas con los sacerdotes, religiosos, religiosas y diáconos de Portugal en la iglesia de la Santísima Trinidad, a quienes dio las gracias “por su testimonio a menudo silencioso y no siempre fácil y su fidelidad al Evangelio y a la Iglesia”, invitándoles a seguir en este Año Sacerdotal el “luminoso ejemplo del cura de Ars”.


 


Durante el rezo del Rosario con cientos de miles de personas en la noche del 12 de mayo, víspera de la primera aparición de la Virgen, el Santo Padre observó que “esa oración tan querida por el pueblo cristiano ha encontrado en Fátima un centro propulsor para toda la Iglesia y el mundo”. “Podríamos decir -afirmó- que Fátima y el Rosario son casi sinónimos”.


 


En la solemne misa del 13 de mayo, celebrada en la explanada de Fátima y a la que asistió medio millón de personas, el Papa reafirmó que “el mensaje de Fátima, comprometido y al mismo tiempo consolador, está cargado de esperanza. Es un mensaje centrado en la oración, la penitencia y la conversión que se proyecta más allá de las amenazas, de los peligros y horrores de la historia, para invitar a la humanidad a confiar en la acción de Dios, a cultivar la gran Esperanza, a experimentar la gracia del Señor para enamorarse de Él, fuente del amor y de la paz”.


 


A las organizaciones de la pastoral social, el pontífice propuso “el estilo del Buen Samaritano para salir al encuentro de las necesidades de los hermanos más necesitados y para servir a Cristo promoviendo el bien común”.


 


En la Eucaristía celebrada en Oporto, “la Ciudad de la Virgen”, el Papa “recordó el compromiso de testimoniar el Evangelio en todos los ambientes, ofreciendo al mundo a Cristo resucitado para que toda dificultad, sufrimiento o miedo se transforme por el Espíritu Santo, en ocasión de crecimiento y de vida”.


 


“Sabiduría y Misión -concluyó Benedicto XVI- ha sido el lema de mi viaje apostólico a Portugal, y en Fátima la Virgen María nos invita a caminar con gran esperanza, dejándonos llevar por la sabiduría que viene de las alturas, que se ha manifestado en Jesús, la sabiduría del amor para traer al mundo la luz y la alegría de Cristo”.


publicado por Afonso Miguel às 22:21 | link do post | comentar
Segunda-feira, 17.05.10

Bento XVI em Portugal [XIII] - Fátima 2017?


 


A Magdalia levantou a hipótese de Bento XVI voltar a Fátima em 2017. A base da especulação é a homilia do Santo Padre na Missa de 13 de Maio (destaques meus):


 



Mais sete anos e voltareis aqui para celebrar o centenário da primeira visita feita pela Senhora «vinda do Céu», como Mestra que introduz os pequenos videntes no conhecimento íntimo do Amor Trinitário e os leva a saborear o próprio Deus como o mais belo da existência humana.


 


(...)


 


Iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída. Aqui revive aquele desígnio de Deus que interpela a humanidade desde os seus primórdios: «Onde está Abel, teu irmão? […] A voz do sangue do teu irmão clama da terra até Mim» (Gn 4, 9). O homem pôde despoletar um ciclo de morte e terror, mas não consegue interrompê-lo… Na Sagrada Escritura, é frequente aparecer Deus à procura de justos para salvar a cidade humana e o mesmo faz aqui, em Fátima, quando Nossa Senhora pergunta: «Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele mesmo é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?» (Memórias da Irmã Lúcia, I, 162).


 


Com a família humana pronta a sacrificar os seus laços mais sagrados no altar de mesquinhos egoísmos de nação, raça, ideologia, grupo, indivíduo, veio do Céu a nossa bendita Mãe oferecendo-Se para transplantar no coração de quantos se Lhe entregam o Amor de Deus que arde no seu. Então eram só três, cujo exemplo de vida irradiou e se multiplicou em grupos sem conta por toda a superfície da terra, nomeadamente à passagem da Virgem Peregrina, que se votaram à causa da solidariedade fraterna. Possam os sete anos que nos separam do centenário das Aparições apressar o anunciado triunfo do Coração Imaculado de Maria para glória da Santíssima Trindade.



 


Será que, dentro de sete anos, o Papa virá a Fátima consagrar a Russia ao Imaculado Coração de Maria ou contribuir, de outra forma, para a história do seu triunfo?

publicado por Afonso Miguel às 23:20 | link do post | comentar

Monárquicos, homofóbicos e católicos

Não sei o que me perturba mais na promulgação do chamado "casamento gay": se ser a milionésima prova da falácia de um regime; se introduzir-nos numa nova categoria criminal de homofóbicos; se ter acontecido logo na semana seguinte ao Papa ter visitado Portugal. Só sei que esta "gloriosa Nação" dá mais um passo para o inferno anticristão.


 


***


 


Bento XVI, em Fátima, 13 de Maio de 2010:


 



Exprimo profundo apreço a todas aquelas iniciativas sociais e pastorais que procuram lutar contra os mecanismos sócio-económicos e culturais que levam ao aborto e que têm em vista a defesa da vida e a reconciliação e cura das pessoas feridas pelo drama do aborto. As iniciativas que visam tutelar os valores essenciais e primários da vida, desde a sua concepção, e da família, fundada sobre o matrimónio indissolúvel de um homem com uma mulher, ajudam a responder a alguns dos mais insidiosos e perigosos desafios que hoje se colocam ao bem comum. (fonte)



 


Cavaco Silva, na despedida ao Santo Padre, 14 de Maio de 2010:


 



Desejo-Vos uma boa viagem de regresso a Roma, e peço-Vos que tenhais sempre presente no Vosso espírito e nas Vossas orações Portugal e os portugueses, como os portugueses não esquecerão a vossa presença em Portugal. (fonte)



 


Cavaco Silva, hoje:


 



(...) foi por mim submetido ao Tribunal Constitucional, que considerou não haver qualquer inconstitucionalidade na proposta. Enquanto Presidente da República poderia ainda ter feito uso do meu direito de veto e, assim, de volver o texto à AR. Mas tenho a certeza que as forças partidárias que inicialmente o aprovaram, voltariam a aprová-lo, pelo que não vou alimentar a discórdia pública.


 


Há momentos na vida de um país em que a ética da responsabilidade tem de ser colocada acima das convicções pessoais de cada um. Assim, decidi promulgar hoje a lei que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. (fonte)


publicado por Afonso Miguel às 21:20 | link do post | comentar
Sábado, 15.05.10

Bento XVI em Portugal [XII] - "documenta"

Todos os discursos, homilias e saudações de Bento XVI em Portugal: aqui.

publicado por Afonso Miguel às 20:57 | link do post | comentar
Quinta-feira, 13.05.10

Bento XVI em Portugal [XI] - tradicionalistas no Santuário de Fátima

Cansado da viagem e das muitas horas sem sono, venho apenas fazer nota fotográfica do que os media não captaram hoje no Santuário de Fátima: a presença da mensagem tradicionalista que já tinha sido levada ao Terreiro do Paço, desta vez sem protestos e com algum apoio dos fiéis. Uma verdadeira lança na África modernista portuguesa.


 


Fica para a história:


 



("Freedom to Traditional Mass in Portugal")
publicado por Afonso Miguel às 22:42 | link do post | comentar | comentários (4)
Quarta-feira, 12.05.10

Bento XVI em Portugal [X] - consagração dos sacerdotes


 


Bento XVI consagrou os sacerdotes ao Imaculado Coração de Maria esta tarde, oferecendo uma rosa de ouro à Senhora de Fátima.


 



 


Orou:

 


Mãe Imaculada,
neste lugar de graça,
convocados pelo amor do vosso Filho Jesus,
Sumo e Eterno Sacerdote, nós,
filhos no Filho e seus sacerdotes,
consagramo-nos ao vosso Coração materno,
para cumprirmos fielmente a Vontade do Pai.


Estamos cientes de que, sem Jesus,
nada de bom podemos fazer (cf. Jo 15, 5)
e de que, só por Ele, com Ele e n’Ele,
seremos para o mundo
instrumentos de salvação.


Esposa do Espírito Santo,
alcançai-nos o dom inestimável
da transformação em Cristo.
Com a mesma força do Espírito que,
estendendo sobre Vós a sua sombra,
Vos tornou Mãe do Salvador,
ajudai-nos para que Cristo, vosso Filho,
nasça em nós também.


E assim possa a Igreja
ser renovada por santos sacerdotes,
transfigurados pela graça d'Aquele
que faz novas todas as coisas.


Mãe de Misericórdia,
foi o vosso Filho Jesus que nos chamou
para nos tornarmos como Ele:
luz do mundo e sal da terra
(cf. Mt 5, 13-14).


Ajudai-nos,
com a vossa poderosa intercessão,
a não esmorecer nesta sublime vocação,
nem ceder aos nossos egoísmos,
às lisonjas do mundo
e às sugestões do Maligno.


Preservai-nos com a vossa pureza,
resguardai-nos com a vossa humildade
e envolvei-nos com o vosso amor materno,
que se reflecte em tantas almas
que Vos são consagradas
e se tornaram para nós
verdadeiras mães espirituais.


Mãe da Igreja,
nós, sacerdotes,
queremos ser pastores
que não se apascentam a si mesmos,
mas se oferecem a Deus pelos irmãos,
nisto mesmo encontrando a sua felicidade.
Queremos,
não só por palavras mas com a própria vida,
repetir humildemente, dia após dia,
o nosso « eis-me aqui».


Guiados por Vós,
queremos ser Apóstolos
da Misericórdia Divina,
felizes por celebrar cada dia
o Santo Sacrifício do Altar
e oferecer a quantos no-lo peçam
o sacramento da Reconciliação.


Advogada e Medianeira da graça,
Vós que estais totalmente imersa
na única mediação universal de Cristo,
solicitai a Deus, para nós,
um coração completamente renovado,
que ame a Deus com todas as suas forças
e sirva a humanidade como o fizestes Vós.


Repeti ao Senhor aquela
vossa palavra eficaz:
« não têm vinho » (Jo 2, 3),
para que o Pai e o Filho derramem sobre nós,
como que numa nova efusão,
o Espírito Santo.


Cheio de enlevo e gratidão
pela vossa contínua presença no meio de nós,
em nome de todos os sacerdotes quero,
também eu, exclamar:
« Donde me é dado que venha ter comigo
a Mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 43).


Mãe nossa desde sempre,
não Vos canseis de nos visitar,
consolar, amparar.
Vinde em nosso socorro
e livrai-nos de todo o perigo
que grava sobre nós.
Com este acto de entrega e consagração,
queremos acolher-Vos de modo
mais profundo e radical,
para sempre e totalmente,
na nossa vida humana e sacerdotal.


Que a vossa presença faça reflorescer o deserto
das nossas solidões e brilhar o sol
sobre as nossas trevas,
faça voltar a calma depois da tempestade,
para que todo o homem veja a salvação
do Senhor,
que tem o nome e o rosto de Jesus,
reflectida nos nossos corações,
para sempre unidos ao vosso!


Assim seja!

publicado por Afonso Miguel às 22:16 | link do post | comentar

Bento XVI em Portugal [IX] - direitos humanos


 


Há pouco, no post em baixo, referi à "cidadania mundial fundada sobre os direitos humanos". Foi assim mesmo que Bento XVI a defendeu:


 



(...) "construir uma cidadania mundial fundada sobre os direitos humanos e as responsabilidades dos cidadãos, independentemente da própria origem étnica e adesão política e respeitadora das crenças religiosas."



 


Na sequência de uma conversa com um amigo sobre as aparentes ambiguidades em alguns discursos do Santo Padre, penso ser justo interpretar estas palavras na medida do que escreve Juan Manuel de Prada no seu A Nova Tirania, logo a partir da página 25. Vão lá ver...

publicado por Afonso Miguel às 21:09 | link do post | comentar

Bento XVI em Portugal [VIII] - a mesma imprensa de sempre...

O Santo Padre diz isto no CCB:


 



Há toda uma aprendizagem a fazer quanto à forma de a Igreja estar no mundo, levando a sociedade a perceber que, proclamando a verdade, é um serviço que a Igreja presta à sociedade, abrindo horizontes novos de futuro, de grandeza e dignidade.



 


E a comunicação social faz passar a ideia de que a Igreja tem de adaptar-se ao mundo... As palavras de Bento XVI podiam ser vistas como uma crítica ao modo essencialmente progressista como a Igreja se apresenta hoje aos homens - fruto de um certo espírito modernista que nasceu no CVII. Podiam até ser interligadas com a insistência na continuidade da Tradição versus a ruptura entre o novo e o antigo. Para isso, podia ter contribuído o seguinte:


 



"Este 'conflito' entre a tradição e o presente exprime-se na crise da verdade pois só esta pode orientar e traçar o rumo de uma existência realizada, como indivíduo e como povo".


 


Bento XVI reafirmou a vontade da Igreja em assumir uma "renovada consciência" que "assume e discerne, transfigura e transcende as críticas que estão na base das forças que caracterizam a modernidade, ou seja, a Reforma e o Iluminismo".



 


Mas não. Grande enfoque numa suposta noção de cidadania global fundada nos direitos humanos e grave (mas habitual) distorção do que continua a não interessar discutir. E logo num discurso em o Papa afirma peremptoriamente que Cristo é a Verdade!

publicado por Afonso Miguel às 14:44 | link do post | comentar | comentários (8)

Bento XVI em Portugal [VII] - liturgia em Lisboa


 


Não vale a pena discorrer sobre a dignidade litúrgica do palco que montaram no Terreiro do Paço. Não vale a pena lamentar o ambiente Rock in Rio que se viveu antes da Missa. Muito menos perder tempo a propósito da configuração maçónica da praça: a baixa de Lisboa é toda ela arquitectonicamente maçónica, desde o Parque Eduardo VII até ao Cais das Colunas, e "contra isso batatas". Interessa, sim, o que Bento XVI fez nesse contexto.


 


Há três coisas a realçar: a habitual disposição beneditina do altar (sete castiçais e cruz ao centro); os acólitos ceriferários e o diácono turiferário terem permanecido ajoelhados durante todo o Cânon (ver na foto); o Cânon ter sido integralmente recitado em latim.


 


Se há que fazer nota de alguma coisa, é da novidade tradicional do Santo Padre. Do resto estamos nós cheios.


 


***


 


Na impossibilidade de fazer um apanhado das palavras mais significativas de Bento XVI até agora, remeto para a selecção do amigo JSarto.

publicado por Afonso Miguel às 11:45 | link do post | comentar | comentários (1)
Terça-feira, 11.05.10

Bento XVI em Portugal [VI] - breve nota

A imagem publicada no post anterior é de uma faixa que alguns tradicionalistas portugueses levaram hoje ao Terreiro do Paço. Como pedido, não foi aberta no decorrer da Santa Missa para não perturbar os fiéis. Porém, foi exposta antes, faltava uma hora para a chegada do Santo Padre ao local.


 


As reacções foram imediatas. Nos primeiros minutos, fomos agradavelmente surpreendidos pelo interesse dos que nos rodeavam e mesmo de algumas pessoas que furaram a multidão propositadamente para falar connosco e nos dar os parabéns pela iniciativa. Contudo, passada a surpresa inicial, começaram os protestos contra a nossa presença. Acusaram-nos, entre outras coisas, de estarmos a fazer um acção "política" (sic). Vimo-nos forçados a baixar a faixa perante a tamanha pressão que se avolumou. Tentámos explicar os nossos propósitos aos que nos criticaram, mas foi em vão. Para não causar maior descontentamento e possíveis consequências, decidimos não a levantar mais.


 


Como é óbvio, não se tratava de nenhuma acção contra Bento XVI, muito menos política. Era, tão só, um grito de socorro num país mergulhado num modernismo absolutamente incompatível com as intenções restauracionistas do Sumo Pontífice: promover activamente a Missa Tradicional em todas as dioceses. Um grito que, aproveitando a presença de Pedro e dos bispos portugueses, queria ganhar maior expressão e visibilidade. Um grito de liberdade e de obediência.


 


Continuaremos a perseguir esse objectivo. Estaremos em Fátima.

publicado por Afonso Miguel às 23:28 | link do post | comentar | comentários (2)

Bento XVI em Portugal [V]

publicado por Afonso Miguel às 18:30 | link do post | comentar | comentários (2)
 

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