Sexta-feira, 13.06.14

The state of the art

Os meus amigos querem ver e ouvir o estado da arte da imbecilidade elevada a bom senso e estatuto social de toda uma classe? Ganhem coragem e assistam a um qualquer telejornal português – transportam a noção de jornalismo de segunda linha para a estratosfera de uma impossibilidade absoluta de definição do mesmo, que não seja como caixa-de-ressonância das agências pagas por interesses estranhos à liberdade de imprensa. Nesses pasquins televisivos de hora e meia de pastelanço sobre os mais variados temas do “interesse do público”, há sempre espaço para a propaganda que chega em encomendas prioritárias com o fast-food do dia: o happy meal está pronto a ser servido, devidamente empacotado. Ninguém lhe sabe a receita nem há quem a queria saber. A redacção tem um gatekeeping guloso que engole tudo sem mastigar e regurgita o resultado em horário nobre.

 

Não é pois de estranhar que a abdicação do presidente hereditário das espanhas tenha dado lugar ao intento de fazer crer que por lá todos são republicanos e saíram à rua para pedir um referendo ao regime. A coisa chegou ao ponto de darem tempo de antena a uma “piquena” que, do pináculo daquela sabedoria académica que dá a universidade como uma invenção da Esquerda, afirmava a pés juntos que a república sai mais barata que a monarquia. Outra, já com idade para o juízo que o tempo lhe devia impor, dogmatizava uma posição moral de rejeição dos escândalos mediáticos da casa real. O mesmo deve ter passado em França, onde Hollande, assistindo, soltou certamente a gargalhada mais sonora que um pigmeu de estatura de alma e de matéria consegue vociferar à mesa das despesas dez vezes superiores que a presidência gaulesa impõe ao povo das três virtudes revolucionárias, enquanto a amante o instava a desligar a televisão porque o chef do Palácio do Eliseu reclamava que o jantar estava pronto.

 

Dois estados da arte, portanto: um de classe, transmitindo um outro de preconceito de classe. A solução é desligar o aparelho que substituiu as lareiras das melhores casas de família, voltar a pôr lenha no devido lugar, queimar o dito aparelho e juntar a criançada à volta de um pai contador de estórias de encantar. Ficção por ficção, escolhamos a da ancestral fábula. Do que se passa no mundo de fantasia que está para lá das quatro paredes que aconchegam o Sangue, contemplemos apenas aquilo que podermos um dia reconstruir com as pedras angulares dos nossos redutos – verdadeiros estados da arte de uma civilização latente.

publicado por Afonso Miguel às 01:54 | link do post | comentar
Segunda-feira, 19.05.14

Decadência

Vivemos hoje no insólito de considerarmos um feto como não sendo humano e, ao mesmo tempo, aceitarmos que um desses seres não-humanos possa vir a nascer - já devidamente humanizado! - com órgãos genitais masculinos e ser contudo acreditado como mulher, ou vice-versa. Ou seja, até às doze semanas de vida, em Portugal e em virtude da nossa condição de vida intra-uterina, todos somos ET's, ao passo que uma mulher com testículos nos parecerá, cada vez mais, a coisa mais normal do mundo. Não por acaso, o homem barbudo travestido e convencido de mulher que venceu um concurso europeu de canções nos pode parecer ainda um pequeno ser alienígena bom para circo, fruto, quiçá, de uma qualquer rememoração da sua pretensa realidade inicial de extraterrestre.

 

O certo é que o aborto avança num infanticídio de fazer corar Herodes e a loucura da identidade de género infiltra-se na maior das condescendências com o absurdo. O conforto, ainda que demente, de podermos não ter de aturar uma gravidez e consequentes obrigações naturais da existência de filhos, em nome de uma sexualidade libertina e de um falso direito à propriedade sobre o outro, bem como o de podermos alterar a designação sexual conforme o apetite da mente, são o supra-sumo da construção do pensamento moderno. No fundo, caminhamos para um mundo em que não mais saberemos sequer o que é um homem e uma mulher, como os distinguir e como os enquadrar nos direitos que a dignidade da sua condição humana lhes deveria garantir. Remetendo essa capacidade básica, instintiva mesmo, para o campo da concepção social, ficamos à mercê do que um futuro incerto nos ditará ideologicamente sobre a matéria. A família como base da comunidade política, a própria natureza humana e todo um edifício de pensamento jusnaturalista e metafísico postos em causa pela insanidade positivista revolucionária.

 

Este movimento ideológico que se apoia em cavalos de batalha partidários e de discriminação e perseguição automáticas para quem recusa trucidar a lógica, nasce, não de uma incapacidade em si, mas de uma acção deliberada sobre a consciência moral dos povos. As constituições políticas, carentes de elementos metafísicos anteriores que lhes garantam critério seguro de bem e de mal, desprovidas dessa religação aos princípios iniciais tornam-se repositórios da ideologia. Facto transversal a já quase todo o ocidente europeu, acaba por criar sim, mas à posteriori, uma incapacidade generalizada para o pensamento descomprometido e essencial à busca da Verdade. Aliás, a ideologia não detona a metafísica em si, senão aquela devidamente religiosa. Antes a substitui por uma outra, sendo certo considerar que a dialéctica materialista assenta também ela em elementos de crença.

 

Nesse sentido, é curioso e importante notar a própria substituição da nomenclatura nessa nova metafísica, que a tenta aproximar, na aparência, de um sentimento natural e histórico do que é ser Homem. Esse sentimento, correspondente a uma lei anterior a qualquer constituição, ou seja, correspondente àquele critério de bem e de mal que Deus imprime como capacidade racional em todos os homens, vê-se, nem a propósito, travestido, para que a aceitação dos novos pressupostos morais da ideologia seja progressiva. A virtude moral da caridade é substituída pela solidariedade; a virtude moral da paciência pela tolerância; o dogma pela ditadura do relativismo…

Quando Bento XVI falava de valores inegociáveis - da família, da vida e da educação, esqueceu-se de referir que esse valores entram em confronto com outros que, parecendo subjectivos, são também eles inegociáveis para o mundo, porque também eles filhos de uma metafísica. E esse é o drama da contradição modernista que nos apresenta a tolerância - sobretudo a tolerância - como intoleravelmente inquestionável. A sua raiz protestante, que não admite a desobediência do ateu desligado de tudo e do católico montanista sempre ligado a Roma, está na base da falsa metafísica dos direitos humanos que, ultrapassando a obediência contemporânea da espada espiritual à temporal quer estabelecer na ONU uma latinização universal da liturgia progressista. Mais, quer fazer reconhecer nessa organização e nas instâncias internacionais congéneres substitutos daquela fonte de critério moral que a Igreja foi para a civilização. A mais recente ofensiva da ONU sobre o catecismo para que este mude, à força, a sua posição sobre o aborto é bem a prova disto.

Perante uma hierarquia eclesial que cala ou que, não raras vezes, se posiciona frontalmente contra a mais salutar doutrina católica, em sintonia com o espírito do mundo e suas premissas de pensamento, o que fazer? Diante da tentativa original de Lutero de reformar a Igreja que se repete agora com pele de cordeiro, como resistir? Estou certo, caros amigos, que à parte a necessária restauração litúrgica, já que dela emana todo o espírito cristão e que só por ele se renovarão todas as coisas, à parte isso é na família, também ela escola litúrgica privilegiada da oração comunitária, que está o grande reduto da Cristandade contra o insólito da irracionalidade. Evidentemente, é ela a grande atacada pelo aborto, pela ideologia de género, pelo divórcio, pela extinção do pudor e a normalização do sexo como vício, enfim, pela relativização dogmática da existência sobre a Terra. É pois nela que a fileiras de almas devem armar-se, quais catacumbas que manterão viva a Fé. Dela sairão também os novos sacerdotes da Verdade que, um dia, romperão as trevas do mundo. Só eles travarão, a seu tempo, a decadência natural de uma era de mentira caracterizada pela divinização de todos os pecados. O corpo voltará a obedecer ao Espírito nas leis dos povos.

publicado por Afonso Miguel às 23:21 | link do post | comentar | comentários (1)
Sábado, 26.04.14

Brioches vermelhos

Diz a feitura da história que Maria Antonieta terá proposto comer brioches a quem não tinha pão. Contam as imagens de ontem à tarde no Terreiro do Paço que António Costa mandou cravos a meia dúzia de gente enganada. 30.000 flores de lapela à COPCON, pelas contas da autarquia e com a parceria da Força Aérea. Os pobres sem abrigo que dormem nas galerias ministeriais ficaram, estou certo, satisfeitos com os pães vermelhos de Abril pagos às expensas da solidariedade do erário público.

publicado por Afonso Miguel às 11:39 | link do post | comentar
Quarta-feira, 16.04.14

Soma e segue

E vai uma:

Austrália reconhece género sexual "neutro" para pessoas

E vão duas:

Tribunal Supremo da Índia reconhece existência de terceiro género

publicado por Afonso Miguel às 19:05 | link do post | comentar
Sexta-feira, 04.04.14

Martírios modernos

Um dia, quando formos a uma entrevista de emprego, em vez de nos perguntarem quais são as nossas expectativas salariais e de termos de florear o muito que podemos dar a uma determinada empresa, passamos a ser sujeitos a uma avaliação de carácter que, semelhante a provas que hoje já se praticam, incidirá sobre questões relacionadas com a moral para traçar o perfil do candidato. Não, não se trata de procurar saber se o funcionário seria capaz de, por exemplo, ser injusto com os colegas, enganar os patrões ou roubar uns dinheiros do cofre. Ultrapassa isso: trata-se de perceber se a pessoa está alinhada ou não com a ditadura da opinião dominante, sob pena de ser remetido à leprosaria dos "fassistas". É institucionalizar no trabalho o que se passa na rua.

 

Brendan Eich, ex-CEO do Mozzilla, não escapou a uma outra versão do descrito. Vasculharam-lhe a vida, descobriram-lhe a careca e a leprosaria ganhou mais um inclino. Em nome da santa tolerância...

 

A ler: What Mozilla Means

publicado por Afonso Miguel às 22:40 | link do post | comentar

Deixem o Henrique Raposo ser uma pessoa normal

Não compreendo bem a indignação em redor de um "artigo de opinião" do Henrique Raposo, no Expresso, sobre um boato (tomou proporções) que implica um arcebispo espanhol. É um texto sobre a Igreja e a sexualidade baseado numa mentira, pela pena de um imbecil e publicado num pasquim que não faz mais do que o seu trabalho.

 

Qual é a novidade?! Por favor, deixem o Henrique ser uma pessoa normal.

publicado por Afonso Miguel às 01:44 | link do post | comentar
Sábado, 06.10.12

Acontece

No dia 5 de Outubro de 2012, o presidente da república portuguesa hasteou a bandeira nacional de pernas para o ar na varanda da Câmara Municipal de Lisboa. Não vivêssemos num país do faz de conta e poderíamos afirmar que o Comandante Supremo das Forças Armadas, segundo os mais elementares códigos militares, fez capitular a soberania nacional, ultrajando quem morreu sob as quinas e quem sob elas vive. Ultrajou Portugal. Fê-lo sem hesitar, recuar ou tentar de alguma forma emendar a situação, facto que, no mínimo, o faria merecer duas consequencias por demais evidentes: a penal (Artigo 332.º) e a política. Mas hoje está sol e Bruxelas não se há-de preocupar com o assunto...

publicado por Afonso Miguel às 13:28 | link do post | comentar
Terça-feira, 02.10.12

É impressão minha...

 

... ou o António Borges, depois de ter "chumbado" os empressários portugueses no primeiro ano de economia, justificou aumento de receita com a necessidade de redução de despesa?! Hum?!

publicado por Afonso Miguel às 00:26 | link do post | comentar | comentários (1)
Sábado, 22.09.12

Um vício mortal

Não tenho nada contra manifestações populares. Num momento histórico em que vivemos dominados por pulhas de pacotilha, sou o primeiro a querer sair à rua. Mas as coisas em Portugal, como na Grécia e em grande parte da Europa, tornaram-se ridículas a este ponto: gritar numa qualquer avenida é o mesmo que um fumador afirmar que vai deixar o tabaco enquanto acende um cigarro. Independentemente do sexo, idade ou condição económica, os participantes nas arruadas que têm enchido Lisboa são quase invariavelmente os mais acérrimos democratas de café que, não sabendo governar a própria casa, continuam a diabolizar o melhor economista português do século XX e a acreditar que os sindicalistas são uns senhores bem intencionados. Sobretudo, continuam a crer que o rumo político-ideológico nacional e internacional, que nos levou a este desastre de sermos uma torre em ruínas pintada de fresco, precisa de ser aprofundado! Um pouco como os católicos modernistas que julgam que o CVII ainda não foi bem aplicado...


 


A democracia e o liberalismo são vícios. As manifestações, nos moldes a que os portugueses têm sido enganosamente impelidos pela extrema-esquerda, só alimentam esses vícios. E os pulhas de pacotilha que nos dominam só pensam em vender maços de cigarros. Está para sair um flavor federativo.

publicado por Afonso Miguel às 23:05 | link do post | comentar | comentários (1)
Quarta-feira, 18.07.12

Piada do ano: Januário, o "ortodoxo"

Não me interessa nada do que venha da boca de D. Januário. Normalmente, é lixo. Muito menos se pode ou não falar do governo na qualidade de major. O que me interessa é que esse vigarista - não tem outro nome quem serve a dois senhores - não pode ser tido como "ortodoxo". É que José Adelino Maltez, que me habituei a ler com agrado, disparou uma valente argolada que não seria grave se fosse um comentário de café ou saísse da boca de um dos muitos energúmenos que pululam em programas de cacique. D. Januário é um dos piores produtos da maleita modernista que tomou conta do clero português, em profunda desunião com o Santo Padre e gritante divergência com a Doutrina Católica e as mais elementares matérias de fé! Já aqui o tenho denunciado, e não faltam na blogosfera nacional relatos, notas e comentários às parvoíces protestantes do prelado, que atestam que a ortodoxia está nos antípodas de qualquer atitude, palavra ou pensamento deste mini Schonborn luso.

publicado por Afonso Miguel às 23:53 | link do post | comentar

O meu primeiro, último e único comentário ao "caso relvas"

Filipe Ribeiro de Meneses em "Salazar - Uma biografia política":



Salazar é caso único entre os “grandes ditadores” do século XX na medida em que o seu protagonismo público decorreu do seu mérito académico. Que esse mérito tenha sido a oportunidade de se manifestar é o resultado de uma série de escolhas feitas no seu interesse por uma família empreendedora e sensata, que soube aproveitar todas as oportunidades à sua disposição para que Salazar prosseguisse os seus estudos. Tendo tido uma ascensão rápida na hierarquia da Universidade de Coimbra, um Salazar politicamente ambicioso foi obrigado a marcar passo até 1926, já que as suas predilecções políticas católicas não contavam com as boas graças da I República portuguesa. Nesse ano, o Exército derrubou o regime moribundo, procurando depois constituir uma equipa de especialistas civis destinada a ajudar a endireitar as finanças e a vida económica portuguesas e a moldar novas instituições políticas. Salazar tirou pleno partido da nova situação. Em 1928, aos trinta e nove anos de idade, tornou-se o “ditador das finanças” do país, assumindo o Ministério das Finanças, no Terreiro do Paço; quatro anos depois, mudou-se para o Palácio de São Bento, ao ser nomeado presidente do Conselho de Ministros, cargo que haveria de ocupar durante os trinta e seis anos seguintes.


publicado por Afonso Miguel às 17:34 | link do post | comentar
Sexta-feira, 13.07.12

Nietzsche era ateu?


 


Em A Origem da Tragédia, no Tentame de Autocrítica que Nietzsche escreve dezasseis anos depois da primeira edição:



(...) a existência do mundo não se pode justificar senão como fenómeno estético. Efectivamente, no fundo de tudo quanto existe, este livro não reconhece senão um pensamento patente ou oculto de artista. O pensamento de um «Deus», se quiserem, mas, neste caso, um deus puramente artista, absolutamente liberto do que se chama escrúpulo ou moral, para quem a criação ou a destruição, o bem ou o mal, sejam manifestações do seu arbítrio indiferente e da sua omnipotência; que se desembarace, ao fabricar os mundos, do tormento da sua plenitude e da sua pletora, que se liberte do sofrimento dos contrastes acumulado em si próprio. O mundo, a objectivação libertadora de Deus, em consumação perpétua e renovada, tal como visão eternamente mutante, eternamente diferente, de quem é portador dos sofrimentos mais atrozes, dos conflitos mais irredutíveis, dos contrastes mais perfeitos, de quem não pode emancipar-se nem libertar-se senão na aparência: eis a metafísica do artista.


publicado por Afonso Miguel às 12:11 | link do post | comentar
Terça-feira, 10.07.12

A decadência pela transmutação de todos os valores


 


Lendo este pedaço do "Anti-cristo" de Nietzsche, como dizer que não nos tornámos nietzschianos?



11. Uma palavra ainda contra Kant enquanto moralista. Uma virtude deve ser nossa invenção, nossa defesa e nossa necessidade pessoais: tomada em qualquer outro sentido, não passa de um perigo. Aquilo que não é uma condição vital é prejudicial à vida: uma virtude que não existe senão por causa de um sentimento de respeito pela ideia de «virtude», como Kant a queria, é perigosa. A «virtude», o «dever», o «bem em si», o bem com o carácter da impersonalidade, do valor geral - quimeras onde se exprime a degenerescência, o último enfraquecimento da vida, a chinesice de Conisberga. As mais profundas leis da conservação e do crescimento exigem o contrário: que cada um inventa a sua própria virtude, o seu imperativo categórico. Um povo perece quando confunde o seu dever com a concepção geral do dever. Não há nada que arruíne mais profundamente, mais radicalmente, do que o dever impessoal, o sacrifício perante o deus Moloch da abstracção. (...)


publicado por Afonso Miguel às 16:52 | link do post | comentar
Quarta-feira, 20.06.12

Cristãos atacados em Viena

Enquanto uns filhos bastardos de Lutero preparam o cisma caso haja acordo com a FSSPX, há quem continue a lutar pelo cristianismo em territórios de lingua alemã, ainda que sob todo o tipo de insultos, provocações, ultrajes, violência e permissividade das autoridades. Mais um caso entre muitos, agora em Viena, onde um grupelho do lobby homossexual atacou uma manifestação pacífica de católicos. Certamente, um importante marco do combate pela tolerância...


 


***


 


A este propósito, é curioso recordar que o Cardeal Shönborn, arcebispo de Viena, admitiu recentemente um homossexual num conselho pastoral da arquidiocese austríaca. Fica a nota.

publicado por Afonso Miguel às 19:08 | link do post | comentar
Sábado, 09.06.12

O regime por um fio

É reconfortantemente triste assistir a este circo da selecção nacional em estreia europeia num 10 de Junho antecipado e esquecido. Há no ar um desespero português disfarçado a drunfos de futebol e do big brother dos meninos heróis (quais condestáveis...) e espelhado num presidente da república praticamente sozinho a espetar um ramo de flores protocolares na campa de Camões. O facto, é que ninguém quer saber da república a não ser os que dela vivem, o que acaba por satisfazer um certo espírito reaccionário. Embora seja certo que a indiferença é prima da impunidade, este abandono do culto nacional pelas vias comemorativas que o regime promove é revelador de que o povo não se revê no regime, consciente ou inconscientemente. Situação bem distinta da vivida pelos nossos históricos aliados que, bem ou mal, souberam manter uma monarquia que é a própria nação.

publicado por Afonso Miguel às 16:54 | link do post | comentar | comentários (2)
 

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