Soma e segue
E vai uma:
Austrália reconhece género sexual "neutro" para pessoas
E vão duas:
Tribunal Supremo da Índia reconhece existência de terceiro género
Não é de estranhar o bombardeamento televisivo a propósito dos quarenta anos do golpe de '74. A máquina de propaganda em Portugal faz corar muitos queridos lideres: é feita por gerações que ou vibraram com o PREC ou nasceram já em plena doutrinação ideológica. Ou seja, gente que não precisa de mando nem pulso forte para autocensurarem o que lhes vai na cabeça. Tudo fácil.
Passou na TV uma peça com uma professora opinando sobre a educação de então e de agora. Uma senhora reformada do antigo magistério, que não teria sido ninguém na vida se esse magistério e a rede escolar do Estado Novo não tivessem tido um grande desígnio de instrução. Não há cidade nem mais pequena aldeia em Portugal onde não exista mostra desse parque escolar, desde a universidade ao pequena edifício de ensino primário. Construção de raiz, num país de analfabetos que passaram a saber ler, escrever, somar e subtrair, frequentaram cursos industriais e comerciais, entraram em liceus e chegaram ao ensino superior. Mas aquela professora, que mandou umas boas reguadas aos seus pupilos porque Salazar lhe permitiu não cavar batatas, acha que tudo se resume a um cenário de terrível opressão. Ela que, vai na volta, viu filhos e netos, já em plena "liberdade", crescerem em edifícios do Plano dos Centenários...
Salazar foi um brilhante académico, um homem de política que, arrisco, nunca se serviu do poder. Num pedaço de terra vendido à federação europeia e escravo de interesses de assalto ao orçamento, desdenhar de Salazar e do Estado Novo vai na mesma linha em que se curvam cabeças a imbecis espertalhões que enganam aquela professora, e meio mundo de portugueses, com as costas quentes da democracia partidocrática.
Esta gente provinciana - no sentido pejorativo de provincianismo, note-se - não se manca. Falam do Estado Novo como um menino mimado de um grupo anarquista se refere ao pai rico, que lhe banca a irresponsabilidade e o crime com uma mesada choruda e um plano ilimitado no Iphone. Cospem no prato da história, no que lhes permitiu saber distinguir uma letra de um rabisco e ensiná-lo, do alto de um estrado, ao analfabeto do campo, gozando de elevado estatuto social. Mas tal foi a golpada abrilina que, por cá, como em tempo de pós conflito, também se aplica: escreve a história quem ganha a guerra. Neste caso, os porcos, que triunfaram.
Um dia, quando formos a uma entrevista de emprego, em vez de nos perguntarem quais são as nossas expectativas salariais e de termos de florear o muito que podemos dar a uma determinada empresa, passamos a ser sujeitos a uma avaliação de carácter que, semelhante a provas que hoje já se praticam, incidirá sobre questões relacionadas com a moral para traçar o perfil do candidato. Não, não se trata de procurar saber se o funcionário seria capaz de, por exemplo, ser injusto com os colegas, enganar os patrões ou roubar uns dinheiros do cofre. Ultrapassa isso: trata-se de perceber se a pessoa está alinhada ou não com a ditadura da opinião dominante, sob pena de ser remetido à leprosaria dos "fassistas". É institucionalizar no trabalho o que se passa na rua.
Brendan Eich, ex-CEO do Mozzilla, não escapou a uma outra versão do descrito. Vasculharam-lhe a vida, descobriram-lhe a careca e a leprosaria ganhou mais um inclino. Em nome da santa tolerância...
A ler: What Mozilla Means
Não compreendo bem a indignação em redor de um "artigo de opinião" do Henrique Raposo, no Expresso, sobre um boato (tomou proporções) que implica um arcebispo espanhol. É um texto sobre a Igreja e a sexualidade baseado numa mentira, pela pena de um imbecil e publicado num pasquim que não faz mais do que o seu trabalho.
Qual é a novidade?! Por favor, deixem o Henrique ser uma pessoa normal.
Houvesse um sílabo de erros a ser respeitado na construção de igrejas e a de Nossa Senhora dos Navegantes, a novidade no Parque das Nações, seria uma belíssimo exemplo de tudo o que a arquitectura católica não deve ser. A par de aberrações como, entre outras, a Igreja do Sagrado Coração ou a Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Olivais, ambas em Lisboa, é este o mais recente mostrengo modernista da capital a fazer jus à institucionalização reinante da fealdade. Vista da Ponte Vasco da Gama assemelha-se a um mamarracho industrial inacabado, indigno da dedicação e das funções que lhe atribuem. Tinha eu reservas em viver em semelhante bunker de traça totalitária soviete, quanto mais em dedicá-lo a Deus. Mas o senhor Dom Manuel acha que está a condizer:
Lisboa, 31 mar 2014 (Ecclesia) – D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa presidiu este domingo à dedicação da igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, no Parque das Nações, e afirmou que o templo “condiz” com a “verdade da Igreja” pela sua configuração “essencialmente comunitária”.
“A verdade do templo é a verdade da Igreja e a Igreja é uma realidade essencialmente comunitária, com vários carismas dados a este e aquele, a esta e àquela para benefício do conjunto”, disse o patriarca de Lisboa à Agência ECCLESIA.
Para D. Manuel Clemente “antes de ir par ao templo material há a realidade eclesial que tem esta expressão plástica” e que neste caso “condiz” e “ quando condiz e dá um sentimento de integração, de certeza, dá força para a vida”.
Para D. Manuel Clemente, a paróquia do Parque das Nações é uma resposta ao apelo do Papa Francisco, que pede às comunidades cristãs para se organizarem e para contrariarem a “crise de compromisso comunitário”.
“Pelo facto de se reunirem na comunidade cristã, quer na dimensão sóciocaritativa, quer na catequese, quer na liturgia, nas instalações provisórias que tinham, tudo constitui uma rede que é hoje a rede social do Parque das Nações”, afirmou o patriarca de Lisboa após a celebração de dedicação da igreja de Nossa Senhora dos Navegantes.
Para D. Manuel Clemente, a paróquia do Parque das Nações “é um exemplo de como o culto cristão e a Igreja, pelo facto de ser assembleia, é um fator de união á sua volta, até para os que não são crentes ou cristãos”, sublinhou.
E não é que, vai na volta, tem razão! O pároco explica:
A igreja do Parque das Nações foi construída a partir da mensagem do II Concílio do Vaticano e os responsáveis não quiseram “impor figuras, nem modelos arquitectónicos”, mas “clarificar os modelos de Igreja” que pretendiam, disse à Agência ECCLESIA o padre Paulo Franco.
Para o pároco da Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes foi apresentado “um programa iconográfico” que está centrado numa “igreja à luz e à imagem do II Concílio do Vaticano para responder à liturgia e ao modelo celebrativo” que a assembleia magna (1962-65) preconiza.
O projeto é da autoria do arquiteto José Maria Dias Coelho que, além de um complexo paroquial, se “centrou na construção de um templo, inspirado em Nossa Senhora dos Navegantes e nos Oceanos, que foi o tema da Expo 98, em cujo território nasceu a nova freguesia do Parque das Nações”.
Preparada para acolher quase 700 pessoas, a igreja apresenta “uma arquitetura circular, pensada e executada como casa e escola de comunhão”, onde “a disposição dos espaços e da assembleia, convergem para o que deve ser o seu centro: o altar, centro da ação Litúrgica da Eucaristia”.
“É impossível, neste espaço sem se sentir participante na própria liturgia” porque “quase que não há recanto para estar em silêncio”, acrescentou o padre Paulo Franco.
Lex orandi, lex credendi.
Senhor Deus do Universo,
ao celebrar os dezoito anos da minha vida,
nesta terra que é a minha Pátria,
agradeço-Vos pelo Povo a que pertenço por inteiro,
e por toda a minha Família.
No meu sangue transporto a Missão de servir o bem comum.
Diante de Vós venho pedir o dom de, com a Vossa Graça,
corresponder ao que se espera de mim.
Dai-me, Pai de Misericórdia,
Sabedoria para intervir a favor dos mais fracos.
Iluminai os meus passos,
na fragilidade insegura dos tempos.
Fortalecei o meu ânimo,
na fidelidade criativa a que me inspirais.
Nesta terra de Santa Maria, ó Deus de bondade
eu vos confio a minha vida
Amen.
SAR o Senhor Dom Afonso de Bragança
Princípe da Beira, Duque de Guimarães.
Lisboa, 25 de Março 2014
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Oração lida ontem na Missa de Acção de Graças pelos seus 18 anos celebrada na Igreja da Encarnação em Lisboa.
Um post do Miles n' A Casa de Sarto a propósito da impossibilidade de diálogo com o episcopado sobre a Missa de Sempre, muito na linha do que aqui escrevi em Agosto do ano passado e venho reiterando desde então.