A ler
Excelente post do amigo Miles n' A Casa de Sarto: "Libertar o voto católico do cativeiro"
Deu-te o Senhor para o escudo as Cinco-Chagas,
o teu sinal é o Sinal da Cruz.
E eu creio assim que em tua carne tragas
a Santa Face, aberta a sangue e luz.
Quando te vejo o sulco das adagas,
eu julgo ver o corpo de Jesus.
A ânsia de sofrer com que te chagas,
Ó alma ardente, aonde te conduz?
Tu deste do teu ser ao mundo inteiro,
batendo-te por Cristo verdadeiro,
ó Cristo das Nações, ó Portugal!
E agora roxo, com um ar funéreo,
a ti que dilataste a Fé e o Império,
ninguém te limpa o teu suor mortal!
António Sardinha
Uma mulher que prescinde de gerar um filho na sua própria barriga, com tudo o que isso naturalmente acarreta, não quer ser mãe. Quer outra coisa qualquer, que pode muito bem passar por não enjoar ou não perder a linha. Parelhas homossexuais e "famílias" monoparentais também hão-de entrar no esquema, mais tarde ou mais cedo. Nada estranho, nos dias que correm.
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A ler: Dois caminhos, de Aura Miguel; Barrigas de Aluguer, de Catarina Nicolau Campos
Estava num café, pelas 7h30, ainda com sono, quando encontrei um velho amigo da paróquia, filho de uma senhora que recolhe o dinheiro na Missa de Domingo. Estendeu-me a mão, sorridente, cheio de vida, absolutamente acordado. Disse-me um "bom dia!" vigoroso e prosseguiu: "Quando é que te convertes ao islão?".
Ele fê-lo há coisa de um ano. Um conhecido puxou-o para uma sessão de pés descalços na mesquita de Lisboa e ele achou que aquilo lhe dava uma regra de vida que nenhum padre até então lhe tinha conseguido ensinar. Legítimo. E agora anda contente a alcoranizar o ocidente na família, no trabalho, no café...
Respondi-lhe que tinha pressa (e tinha) mas que era conversa a ter em momento oportuno. Saí, ainda sonolento, com uma Igreja conciliar ao colo, uma Europa desfeita às costas e um Portugal perdido na droga da modernidade. Entretanto, ele há-de ir ao tapete cinco vezes ao dia para bater com a tola no chão do diabo, e eu aqui, a escrever este post, ensonado... derrotado.
Há sonos que são autenticas apoplexias.
Este blog tem andado calado. A azáfama, a confusão, a balbúrdia e a escassez de sentido deixam a mente inerte perante o descalabro. O efeito devia ser contrário, bem sei, mas a modernidade tem a capacidade impressionante de nos tolher as palavras perante a calamidade em que transformou a dura realidade que atravessamos. A sensação de que este meio de diálogo, debate e combate de ideias já não é o que era, já não produz o que produzia nem exalta os ânimos que exaltou, agrava a falta de vontade de continuar a fazer destes espaços blogosféricos um verdadeiro campo de acção.
Quero, contudo, desejar um Santo Natal a quem por aqui passar, na medida das possibilidades a que nos obrigam. E que o ano de 2012 nos traga o alento necessário à longa caminhada que nos prometem as areias movediças do futuro. Haja Esperança...
Até já, se Deus quiser.
ps: rezem para que a conclusão das negociações entre a FSSPX e a Santa Sé seja, no próximo ano, a mais favorável à Fé Católica. A coisa afigura-se difícil.
"1 de Dezembro - nunca mais!", no Sol.
Falta apenas acrescentar a este artigo de Jaime Nogueira Pinto a conivência da Igreja, disfarçada de vitória por ter "conseguido" segurar o 8 de Dezembro. Construiu Portugal e há-de vê-lo sucumbir, de braços cruzados...
A Juventutem, movimento internacional de jovens que promove a Forma Extraordinária, está mais uma vez presente nas Jornadas Mundiais. Em Madrid, eleva o encontro a outro nível. O Rorate Caeli tem seguido o programa.
Do pouco que li na rede sobre o "massacre de Oslo", o simpático e cavalheiro Breivik não passa de mais um produto acabado da modernidade: maçom, sionista, cristão anti-católico (protestante), anti-muçulmano, democrata, nacionalista, europeísta, etc. A lista continua e parece absolutamente contraditória, mas não deixa de ser normal para um perfil do género. Como é óbvio, na necessidade de encaixar o indivíduo numa patologia psicótica qualquer, escolheram a de "extremista cristão", que cola como barro na parede, quando se trata apenas de um homem normalíssimo, irmão fraterno de uma loja, viciado em jogos de computador, consumidor de pornografia: o homo modernus. Para ajudar à festa, o tipo até odeia o Papa...
Esta aparente (a)normalidade do cidadão Norueguês choca e põe um pouco a nu o mundo em que vivemos e as mentes perversas que consegue gerar. Breivik é um monstro das ideologias, o que há-de fazer o assunto desaparecer dos noticiários num abrir e fechar de olhos.
Ao ler este texto de Mons. Williamson sobre o filme "Música no Coração" não posso deixar de sentir que, independentemente de qualquer posição do prelado acerca do nacional-socialismo, acabou por escrever uma boa paródia sobre o drama em que os tradicionalistas vivem. Nós, os "nazis" da praça, que defendem coisas tão simples como a ordem e a disciplina naturais, perfeitamente caricaturados num filme que tem pouco de ingénuo. A noviça, de aspecto modernista e atitude rebelde, toma uma posição muito clara contra a ordem e a disciplina da família e salva as crianças dos valores metaforizados na tirania barbara dos niilistas. Uma contradição pegada, claro está, mas que serve o propósito. No fundo, uma Igreja protestantizada rendida ao espírito do mundo, personificada numa Maria von Trapp ao estilo CVII.
Bento XVI comemora hoje o sexagésimo aniversário de ordenação sacerdotal, momento que considera ter sido o mais importante da sua vida. Foi, certamente, um dos mais importantes na história contemporânea da Igreja. Oremos pois para que o Senhor o conserve e ilumine nas boas intenções com que a governa, e para que Maria Santíssima e os Santos Apóstolos Pedro e Paulo o auxiliem sempre na árdua missão que Cristo lhe confiou.
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℣. Oremus pro Pontifice nostro Benedicto.
℟. Dominus conservet eum, et vivificet eum,
Oremus.
À parte ainda de qualquer apreciação sobre a instrução Universiae Ecclesiae - nome a merecer, em si, algumas considerações - não posso deixar passar mais tempo sem louvar o reconhecimento oficial da Una Voce Portugal (UVP) por parte da FIUV, organismo que, no passado dia 21 de Abril, anunciou a aceitação da mesma como membro daquela federação internacional. É um passo muito importante para a institucionalização da luta, muitas vezes silenciosa, que temos travado em prol da restauração litúrgica em terras de Santa Maria. Confiemos pois o sucesso da UVP a Nossa Senhora da Conceição, padroeira e rainha do reino, para que a sua maternal intercessão nos alcance bons e abundantes frutos de ora em diante.
Nicolás Gómez Dávila escreveu que "Los marxistas definen económicamente a la burguesía para ocultarnos que pertenecen a ella". Interessante como o contrário também se aplica.
O texto anterior parece um pouco confuso, mesmo para quem o escreveu e agora revê passado o estado de espírito que o motivou, mas o essencial está lá e, infelizmente, comprova-se. Ontem, a meio de um jantar do PS em Viseu, meia dúzia de indivíduos interromperam o discurso do PM para gritar "precários nos querem, rebeldes nos terão". São os tais neo burgueses em "acção", que reivindicam mais e melhor democracia, com mais protecção social, mais garantias do Estado, menos precariedade e maior igualdade. Nada de novo mas com nova roupagem, e acham eles que estão a fazer luta política, sabe-se lá a mando de quem! Pela primeira vez Sócrates acertou na mosca: é o carnaval democrático. E parece que dia 12 ainda há carnaval em Lisboa...
A história contemporânea votou Portugal à perigosa puerilidade do pensamento estereotipado e à infantilidade de uma rebeldia neo burguesa. Ao vermos o mundo agitar-se com os interesses associados ao que se passa no Médio Oriente, julgamos compreender, na perfeição da nossa alma pseudo-revolucionária, todas as intenções libertárias do homem. Há dias até apareceram mais uns bananas da nossa praça a cantarolar "músicas de intervenção", para ouvir a meio de um qualquer duelo desportivo na PlayStation 3 que o papá deu, antes de ir aos copos e ao haxixe do Bairro Alto. É a alta cultura interpretativa da situação "geopolíticoestratégica" do cu entalado do senhor Kadafi, transportada à nossa triste realidade comprovada de que a democracia jacobina que tentam exportar para todo o mundo não resulta se não em gasolina cara e festivais da canção com Homens da Luta (esses heróis!). Tudo porque a república socialista da Líbia é uma ditadura e está a ser contestada por cidadãos de bandeira monárquica em punho. Ou então não.