Terça-feira, 24.07.12

Jogar o barro à parede


 


Anda por aí tudo muito entusiasmado com Pedro Passos Coelho porque declarou que, entre salvar Portugal e ganhar nas urnas, "que se lixem as eleições". Afirmou-o aos deputados do PSD, gerando uma súbita euforia patriótica nos que já foram eleitos, bem como nos que frequentam a sede laranja mais próxima à espera de vez. Ridículo! O que o primeiro-ministro fez foi a mais directa e objectiva tirada contra o dogma democrático do valor plebiscitário de que há memória. Disse, crendo-o, que os portugueses não passam de umas pobres vítimas das máquinas partidárias, que não sabem escolher no momento do voto e que não distinguem o bom governo do habitual demagogo. O que não deixa de ser verdade e por isso louvável de ver esclarecido, ainda que comicamente aplaudido por quem se senta no hemiciclo. Passos Coelho, também ele querendo ser demagogo, prevendo esse aplauso - inclusivamente o das pobres vítimas da sua máquina - mandou o barro à parede e colou que foi um espanto. Até onde menos se esperava...

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publicado por Afonso Miguel às 21:30 | link do post | comentar | comentários (4)
Quarta-feira, 18.07.12

Piada do ano: Januário, o "ortodoxo"

Não me interessa nada do que venha da boca de D. Januário. Normalmente, é lixo. Muito menos se pode ou não falar do governo na qualidade de major. O que me interessa é que esse vigarista - não tem outro nome quem serve a dois senhores - não pode ser tido como "ortodoxo". É que José Adelino Maltez, que me habituei a ler com agrado, disparou uma valente argolada que não seria grave se fosse um comentário de café ou saísse da boca de um dos muitos energúmenos que pululam em programas de cacique. D. Januário é um dos piores produtos da maleita modernista que tomou conta do clero português, em profunda desunião com o Santo Padre e gritante divergência com a Doutrina Católica e as mais elementares matérias de fé! Já aqui o tenho denunciado, e não faltam na blogosfera nacional relatos, notas e comentários às parvoíces protestantes do prelado, que atestam que a ortodoxia está nos antípodas de qualquer atitude, palavra ou pensamento deste mini Schonborn luso.

publicado por Afonso Miguel às 23:53 | link do post | comentar

O meu primeiro, último e único comentário ao "caso relvas"

Filipe Ribeiro de Meneses em "Salazar - Uma biografia política":



Salazar é caso único entre os “grandes ditadores” do século XX na medida em que o seu protagonismo público decorreu do seu mérito académico. Que esse mérito tenha sido a oportunidade de se manifestar é o resultado de uma série de escolhas feitas no seu interesse por uma família empreendedora e sensata, que soube aproveitar todas as oportunidades à sua disposição para que Salazar prosseguisse os seus estudos. Tendo tido uma ascensão rápida na hierarquia da Universidade de Coimbra, um Salazar politicamente ambicioso foi obrigado a marcar passo até 1926, já que as suas predilecções políticas católicas não contavam com as boas graças da I República portuguesa. Nesse ano, o Exército derrubou o regime moribundo, procurando depois constituir uma equipa de especialistas civis destinada a ajudar a endireitar as finanças e a vida económica portuguesas e a moldar novas instituições políticas. Salazar tirou pleno partido da nova situação. Em 1928, aos trinta e nove anos de idade, tornou-se o “ditador das finanças” do país, assumindo o Ministério das Finanças, no Terreiro do Paço; quatro anos depois, mudou-se para o Palácio de São Bento, ao ser nomeado presidente do Conselho de Ministros, cargo que haveria de ocupar durante os trinta e seis anos seguintes.


publicado por Afonso Miguel às 17:34 | link do post | comentar
Terça-feira, 10.07.12

A decadência pela transmutação de todos os valores


 


Lendo este pedaço do "Anti-cristo" de Nietzsche, como dizer que não nos tornámos nietzschianos?



11. Uma palavra ainda contra Kant enquanto moralista. Uma virtude deve ser nossa invenção, nossa defesa e nossa necessidade pessoais: tomada em qualquer outro sentido, não passa de um perigo. Aquilo que não é uma condição vital é prejudicial à vida: uma virtude que não existe senão por causa de um sentimento de respeito pela ideia de «virtude», como Kant a queria, é perigosa. A «virtude», o «dever», o «bem em si», o bem com o carácter da impersonalidade, do valor geral - quimeras onde se exprime a degenerescência, o último enfraquecimento da vida, a chinesice de Conisberga. As mais profundas leis da conservação e do crescimento exigem o contrário: que cada um inventa a sua própria virtude, o seu imperativo categórico. Um povo perece quando confunde o seu dever com a concepção geral do dever. Não há nada que arruíne mais profundamente, mais radicalmente, do que o dever impessoal, o sacrifício perante o deus Moloch da abstracção. (...)


publicado por Afonso Miguel às 16:52 | link do post | comentar
Sábado, 23.06.12

Nova Monarquia?

E qual seria o programa?

publicado por Afonso Miguel às 00:05 | link do post | comentar | comentários (1)
Sábado, 09.06.12

O regime por um fio

É reconfortantemente triste assistir a este circo da selecção nacional em estreia europeia num 10 de Junho antecipado e esquecido. Há no ar um desespero português disfarçado a drunfos de futebol e do big brother dos meninos heróis (quais condestáveis...) e espelhado num presidente da república praticamente sozinho a espetar um ramo de flores protocolares na campa de Camões. O facto, é que ninguém quer saber da república a não ser os que dela vivem, o que acaba por satisfazer um certo espírito reaccionário. Embora seja certo que a indiferença é prima da impunidade, este abandono do culto nacional pelas vias comemorativas que o regime promove é revelador de que o povo não se revê no regime, consciente ou inconscientemente. Situação bem distinta da vivida pelos nossos históricos aliados que, bem ou mal, souberam manter uma monarquia que é a própria nação.

publicado por Afonso Miguel às 16:54 | link do post | comentar | comentários (2)
Quarta-feira, 30.05.12

Chamar os bois pelos nomes


 


Escuto a discussão no Parlamento sobre a fuga de informações nas secretas e, mais uma vez, como na maioria dos debates, ninguém fala do essencial. O problema nas secretas tem um nome: maçonaria. Meandro "discreto" que, aliás, grande parte dos deputados conhece...

publicado por Afonso Miguel às 16:04 | link do post | comentar
Terça-feira, 29.05.12

À atenção do episcopado português

Numa altura em que a opinião pública norte-americana revê pouco a pouco a sua posição sobre o aborto, a Igreja estado-unidense processa a administração Obama por tentar impôr a compra de "planos de saúde que cobrem a anticoncepção, fármacos abortivos, e outros métodos anti-vida". Bispos de dioceses que estão entre 43 organizações católicas envolvidas, dizem que não aplicarão a medida e que estão preparados para "ir à prisão". Afirmam ainda que "se conseguimos sobreviver ante os nazistas, sobreviveremos ante Obama".

publicado por Afonso Miguel às 12:41 | link do post | comentar
Sexta-feira, 25.05.12

Uma demissão escandalosa

Tive oportunidade de acompanhar a terceira Caminhada pela Vida realizada no passado Sábado em Lisboa. A concentração estava marcada para as 15h30 junto à Maternidade Alfredo da Costa, para seguir até à rotunda do Marquês de Pombal e depois descer a Avenida da Liberdade até a um palco montado na Praça dos Restauradores. O manifesto era apelativo, ou seja, era concorde à doutrina católica.


 


Como já esperava, a adesão foi paupérrima. Compareceram pessoas ligadas a uma série de movimentos que, com grande mérito, apoiam grávidas e famílias numerosas ou lutam simplesmente contra o aborto. Estavam um ou dois sacerdotes (julgo que ligados aos movimentos), muitas crianças, adolescentes e alguma juventude. Contando as cabeças, não deviam ser mais de quinhentos participantes, o que para as artérias percorridas é comparável a um mosquito a desfilar numa grande vidraça. Resultado: um belíssimo passeio, escoltado pela polícia e buzinado por condutores furiosos com a ousadia do mosquito.


 


Se é certo que a validade dos motivos da Caminhada não depende de números, também é verdade que estes contam quando se pretende impactar com um desfile no centro da capital. Em 2007 acorreram a Lisboa milhares de pessoas para defender o "Não" no referendo. Volvidos cinco anos apenas, não chegámos a meio milhar. E não é difícil atribuir culpas: acaso alguém ouviu falar da Caminhada pela Vida na televisão, na rádio, nos jornais? Talvez tenham recebido um e-mail ou lido algo na internet, mas não há registo de um grande apelo aos católicos - e o momento bem o merecia (!) - para que saíssem à rua e demonstrassem um mínimo de indignação pelo crime hediondo do aborto. Seria de esperar ouvir um bispo, fosse ou não um cardeal que habita nos Olivais, num incentivo à manifestação e à defesa pública da Fé. Mas não. Nestas terras de Santa Maria a Igreja portuguesa não dá mais a cara por nada, ausenta-se de qualquer combate importante e demite-se escandalosamente dos mais elementares deveres de mobilização e suporte contra a marcha do modernismo e do progressismo. Afinal, não temos nós um episcopado reconhecido pela mesmíssima conotação de modernista e progressista?!


 


Pois bem, nada a estranhar. Certamente que muitos sacerdotes avisaram os fiéis mais próximos de Lisboa para se deslocarem à Caminhada; certamente a organização fez tudo o que pôde para encher as ruas da capital. Mas o que esperar da hierarquia eclesiástica deste país se o sucesso de 2007 não se deveu a essa hierarquia? O que esperar quando não permitem uma simples recolha de assinaturas em favor de um novo referendo junto ao Santuário de Fátima? O que esperar se os próprios fiéis admitem a quem tentou recolher as assinaturas: "Do you hear our Bishops condemning abortion? Why should we?"...


 


Enfim. A terceira Caminhada pela Vida foi um flop descomunal. Com a discussão adormecida e a Igreja em Portugal a remar em sentido contrário - e a acumular argumentos para uma séria e definitiva intervenção romana - esta é mais uma das situações sintomáticas de como grande parte do clero nacional contribui mais para a perdição das almas do que para a necessária salvação de um povo adormecido. Porque a demissão é, por si só, uma gravíssima tomada de posição, inaceitavelmente conivente com a cultura da morte.

publicado por Afonso Miguel às 18:39 | link do post | comentar
Sexta-feira, 18.05.12

"A quem serve o crime?"


 


A propósito da manifestação de amanhã, deixo-vos este texto publicado na revista Resistência, número quadruplo Novembro/Dezembro de 1977, sem firma:



ABORTO: SIM OU NÃO?


 


Sob este mesmo título publicou o Diário de Notícias de 25/1/78 (nota minha: a data está errada quanto ao ano, atendendo à da revista) um inquérito que nos merece alguns reparos.


 


Após avisar o leitor incauto de que “a estimativa (do inquérito sobre o aborto) resulta de indicações de dados cuja veracidade não pode ser rigorosamente garantida em virtude de ser difícil obter respostas directas sobre este problema”, o senhor Mário Bacalhau tem uma amnésia brusca, partindo precisamente dessa estimativa para uma longa série de especulações numéricas sobre a aceitação ou não da prática do aborto. Sem nunca evocar a Ciência ou a simples Moral, limita-se o autor a expor a fria mensagem, a tal “cuja veracidade não pode ser rigorosamente garantida”.


 


Embora conclua que “é evidente que a recolha de opiniões acerca do aborto e a sua análise estatística não servem para justificar leis ou princípios morais e sociais de condenação ou aceitação do aborto”, o que é certo é ter sido feito um longo trabalho de mentalização, pois a verdadeira “conclusão” a extrair do inquérito é bem clara: “Uma boa parte das mulheres portuguesas já praticou o aborto, pelo menos uma vez”. Conclusão peremptoriamente afirmada, voltamos a recordar, com base em dados cuja veracidade não foi rigorosamente garantida.


 


Tratar o problema do aborto sob esta capa de pseudo-neutralidade é já em si um atentado à Ciência, à Lei Natural e à Moral tradicionalmente católica do nosso Povo.


 


Perante o assassinato, o roubo, a violação, etc., não se vai “objectiva e neutralmente” fazer um inquérito sobre a quantidade de cidadãos que praticou algum destes crimes.


 


Nem mesmo que tal se fizesse esses crimes deixariam de ser aquilo que são: aberrações do homem pervertido e caído da Graça.


Quem estará por detrás de toda esta orquestração “Pró-aborto” que se vem cada vez mais fazendo ouvir na “nossa” Imprensa e na “nossa” Rádio e Televisão?


 


A quem interessa a degradação dos nossos costumes?


 


A quem serve o crime?


 


Numa palavra: QUEM PODE ESTAR INTERESSADO NA DIMINUIÇÃO DA POPULAÇÃO PORTUGUÊSA?


publicado por Afonso Miguel às 17:24 | link do post | comentar
Sábado, 12.05.12

Morte à república!

Covil de ladrões! Deitem a boneca abaixo! Morte à república!

publicado por Afonso Miguel às 16:53 | link do post | comentar
Quinta-feira, 10.05.12

Caminhada pela Vida em Lisboa





Objectivos da Caminhada pela Vida

Queremos mobilizar Portugal para o valor da vida humana e sabemos como é necessário tomar consciência da herança que recebemos dos nossos pais e que queremos transmitir aos nossos filhos.

Olhar o futuro com esperança é uma prioridade que necessita de um anúncio alegre e construtivo da cultura da vida.

Razões da nossa caminhada

Vivemos um tempo em que o Homem se esqueceu de quem é.

Portugal desde 1984 e em particular nos últimos 7 anos, abriu as portas a uma cultura de morte, que começa na destruição dos mais frágeis (Lei do Aborto—bebés acabados de ser concebidos), passando pela destruição da família (Lei do Divórcio, Lei do Casamento entre pessoas do mesmo sexo), à retirada do poder paternal sobre a educação dos seus filhos (lei da Educação Sexual obrigatória); o direito a “ter filhos sem acto sexual” (Lei da PMA—com a criação de milhares de bebés congelados e agora hipótese das barrigas de aluguer).

Estas leis passaram na Assembleia da República, com uma subtil manobra, para que não houvesse muito alarido… Sem um debate sério, profundo e permanente.

As consequências já são dramáticas, mas enquanto “há vida há esperança” e por isso levantemo-nos!

Mobilizar para acordar, acordar para crescer e crescer para decidir com uma verdadeira consciência. Isso é o que chamamos Liberdade!

publicado por Afonso Miguel às 11:43 | link do post | comentar
Sábado, 05.05.12

A corte republicana



A sempre barata, contida e financeiramente vantajosa corte do estado público. Luxos pagos, a 100%, pelos impostos dos franceses: 112 milhões de euros por ano. Et vive la republique!
publicado por Afonso Miguel às 16:19 | link do post | comentar
Sexta-feira, 04.05.12

Uma alternativa católica ao capitalismo socialista

Distributismo.

publicado por Afonso Miguel às 23:00 | link do post | comentar

Tivéssemos nós um bispo destes em Fátima


(um pedaço do muro de Berlim, derrubado para o comunismo entrar na Europa...)


 


A angústia de um bom pastor, D. Manoel Pestana Filho, bispo emérito de Anápolis, Brasil:



“Pelo amor de Deus! Estamos diante de uma situação humanamente irreversível. A América Latina, outrora ‘Continente da Esperança’, como a saudava João Paulo II, hoje mergulha na ante-câmara do terrorismo vermelho, aliás, como prenunciava aos pastorinhos de Fátima a Senhora do Rosário.”


 


“Podem parecer, a essa altura, resquícios de uma idade de trevas, mas tudo acontece como se ouviu em dezembro de 1917 (“a Rússia comunista espalhará seus erros pelo mundo, com perseguições à Igreja, etc.”). Assusta-me a corrupção dentro da Igreja, o desmantelamento dos seminários, a maçonização de Cúrias e Movimentos.”


 


“Horroriza-me a frieza com que olhamos tal estado de coisas. Somos pastores ou cães voltados contra as ovelhas? Somos ou não, além disso, cúmplices de uma política atéia empenhada em apagar os últimos traços da nossa vida cristã?”


 


(fonte: Fratres in Unum)


publicado por Afonso Miguel às 00:23 | link do post | comentar
 

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