Um post do Miles n' A Casa de Sarto a propósito da impossibilidade de diálogo com o episcopado sobre a Missa de Sempre, muito na linha do que aqui escrevi em Agosto do ano passado e venho reiterando desde então.
Mons. Fellay fala acerca de um documentário que contém testemunhos sobre a vida de Lefebvre e lamenta não poder incluir o que Bento XVI lhe disse numa audiência em 2005. Via Rorate Caeli:
O argumento falso de que a liturgia romana moderna é o que ainda chama alguma juventude à religião colhe os seus frutos nos templos vazios, na prática dominical cada vez mais diminuta, nos seminários às moscas e naqueles que, outrora envolvidos no grupo de guitarradas da paróquia, não mais frequentam a Igreja em idade adulta. Dizem, não fosse a reforma conciliar e teríamos hoje pior cenário. É desculpa que também não vinga quando constatamos a adesão crescente a movimentos juvenis tradicionais com acesso ao legado litúrgico tridentino, onde estes são encorajados ou apenas tolerados. Como por cá o episcopado vive fanaticamente comprometido e cego com as metas do espírito conciliarista, continua cantando e rindo enquanto priva gerações inteiras da grande experiência da Tradição Católica. Uma experiência muito querida pelo nosso amado Papa Bento XVI e completamente rasteirada pelos bispos portugueses, que nos votam a um vergonhoso "orgolhosamente sós" movido pela institucionalização da ignorância.
A FSSPX na Alemanha produziu um vídeo que indicia isto mesmo: a juventude é sedenta de Tradição, porque só ela garante continuidade e autenticidade. Fizeram-no em resposta a um filme, como explica o Fratres in Unum:
Vídeo que os jovens do Distrito Alemão da FSSPX fizeram em resposta ao infeliz filme Kreuzweg (“Via Sacra”), do diretor alemão Dietrich Brüggermann. O filme narra a vida de uma adolescente alemã de 14 anos que se prepara para receber o Sacramento da Crisma. Maria, a anoréxica protagonista, interpretada por Lea van Acken, vive com sua família católica tradicionalista sob o controle de uma mãe controladora e recebe instrução religiosa do padre Weber, da rigorosíssima Fraternidade de São Paulo (baseada na FSSPX). Segundo o enredo do filme, as regras ultra exigentes da vida católica são um fardo e suas expectativas impossíveis de serem alcançadas pela personagem, que, embora deseje fazer a coisa certa e estar próxima de Deus, não consegue negar seus próprios desejos.
Algumas das frases ditas pelos jovens no vídeo:
“É um sentimento maravilhoso estar com todos e ter o mesmo objetivo…”
“Desejo que as pessoas experimentem o que a Fé realmente significa.”
“Uma comunidade na qual eu encontro amor, ajuda e uma família gigantesca.”
“A Missa Antiga me fascina e entusiasma, sobretudo, porque ela simplesmente ensina que a Igreja existe há 2000 anos.”
O sempre lúcido Cardeal Burke fala por breves momentos sobre o texto que Kasper dirigiu ao Papa e ao colégio cardinalício, em segredo, acerca da comunhão sacramental de divorciados. Trataram depois de o fazer público. Via Rorate Caeli.
"I trust that the error of his approach will become ever clearer":
Picado do blog da Una Voce Portugal, um excerto de um texto do Padre António Coelho OSB sobre a perenidade da liturgia e as pretensões, já nos anos 20 do século passado, de a suprimir para dar lugar a uma adaptada ao homem moderno:
Falam [...] duma liturgia nova, chamada a suprir a liturgia velha, a oficial, que já não é compreendida do povo, que já não instrui nem santifica, que já não é arma ofensiva para a conquista do mundo…
[...]
E a Liturgia da Igreja é tão velha como a Igreja e tão nova como ela. Ora como não há Igreja velha e Igreja nova, também não há Liturgia velha e Liturgia nova. Há uma só Liturgia, que possui elementos duma antiguidade venerável, mas que não carecem de ser chamados a uma vida nova, por isso que estão carregados da vida perene da Igreja, que é a vida da graça que jorra do Sacrifício, emana dos Sacramentos e circula, em certo sentido, em todos os ritos, que todos eles são poderosos sacramentais.
E o que é preciso, o que é urgente fazer neste século em que, sim, infelizmente, a Liturgia nem é praticada, nem estimada, nem conhecida, não é criar uma liturgia nova; é atrair todos os fiéis à Liturgia perene da Igreja, antiquíssima e duma juventude alegre, ardente, activa e sedutora, que a todas as Horas se renova, Liturgia popular, popularíssima, como no-lo demonstram a história do passado e as felizes experiências em boa hora empreendidas em todas as nações da terra; é fortificar e unificar a vida espiritual dos povos, introduzindo-os todos na corrente vivificante da Liturgia.
[...]
E não é esta Liturgia [...] a Liturgia do Coração de Jesus, desse Coração divino cujos mistérios de amor e de dor ela [a Igreja] revive do primeiro Domingo do Advento ao Domingo de Cristo Rei, desse Coração amantíssimo do Pontífice e Vítima do Sacrifício todos os dias renovado, desse Coração generoso, fonte inexaurível de vida cujas graças correm abundantes pelos Sacramentos, desse Coração obedientíssimo, harpa harmoniosa dos louvores do Padre Eterno cujo eco ressoa nos hinos e cânticos do Ofício Divino?
Criada pelo Coração de Jesus, regulamentada, conservada e praticada pela Igreja, a Liturgia, sempre antiga e sempre nova, carregada do fecundante eflúvio da graça, é Apostolado de Oração que detém os raios da vingança divina, converte e santifica as almas, une-as à infinita reparação do nosso Pontífice e Vítima, e , depois atira-as à conquista do mundo, à consolidação e extensão do reinado social de Jesus; é o meio poderosíssimo, o único meio oficial, de que a Igreja se serviu no passado, se serve hoje e há-de servir sempre, para regenerar a humanidade, santificar as almas e dar glória a Deus.»
- Pe. António Coelho, OSB
in Opus Dei – Revista Litúrgica Mensal, IV Ano, 1929-1930
Naturalmente, a Igreja sempre cobriu o que é sagrado. Sobre o tema, vale a pena ler:
Nosso Pai e Senhor, São José, é Mestre da vida interior. Coloca-te sob o seu patrocínio e sentirás a eficácia do seu poder.
(São José Maria Escrivá)
São José foi o homem mais puro em sua virgindade, mais profundo em sua humildade, mais ardente na caridade, mais elevado na contemplação.
(São Bernardino de Sena)
Alguns santos receberam o privilégio de nos proteger em casos particulares. A São José foi conferido o encargo de nos socorrer em todas as necessidades e em qualquer negócio. O encargo de defender, proteger e amparar com perene benevolência todos os que a ele recorrem.
(São Tomás de Aquino)
Quem não sabe que São José ocupa, depois de Maria, o primeiro lugar no Coração de Deus, e muito pode junto do Senhor, em favor daqueles que imploram o seu auxílio?
(Santo Afonso)
Vi no céu os santos inclinarem a cabeça, quando pronunciavam o nome de São José.
(Santa Gertrudes)
Que santo, que anjo, mereceu jamais ser chamado pai do Filho de Deus? Só José teve essa honra.
(São Basílio)
São José avantaja-se ao demais santos, porque ele pode auxiliar-nos em toda a espécie de necessidades.
(São Bernardo)
São Pio X dava grande importância à devoção a São José e não deixava de inculcá-la aos fiéis. Os pais de Santa Teresinha pediam a Deus, por intermédio de São José um filho, futuro missionário. O Senhor atendeu-os, enviando-lhes Teresinha, a Padroeira das Missões. Os pedidos de São José são considerados por Nosso Senhor como ordens, porque o pedido de um pai a seu filho tem o valor de uma ordem.
(Gerson)
Não podemos duvidar que Jesus conserva no céu para com São José a ternura e respeito que lhe testemunhou outrora na terra, isto é, ternura e respeito filial.
(São Bernardino de Sena)
Quem não achar mestre que o ensine a orar, tome São José por mestre, e não errará o caminho.
(Santa Teresa)
O Senhor recomendou a Santa Margarida que tivesse especial devoção a São José, e lhe prestasse sempre filial homenagem. O nome de São José e a alagria do céu, a esperança da terra e o terror do inferno.
(Berlioux)
Grande e muito grande é o valimento de São José, como o prova a experiência e o ensinamento dos doutores da Igreja.
(Santo António Claret)
Que bom é São José! Trta-me como um pai e um filho. S. José, Pai de Cristo, é também teu Pai e teu Senhor. Recorre a ele.
(São José Maria Escrivá)
Não me lembro de ter pedido alguma graça a São José que ele não me tenha alcançado.
(Santa Teresa)
É tão importante a devoção a São José, que deve enraizar-se nos costumes e instituições católicas. Queremos que os fiéis sejam incitados a esta prática pela palavra e nossa autoridade.
(Leão XIII)
Se amais São José, imitai-lhe as virtudes.
(Santo Ambrósio)
Como é doce, calmo, sereno e suave o pensamento de São José, meu primeiro e predilecto protector.
(Beato João XXIII)
***
SANCTE IOSEPH, ORA PRO NOBIS!
Para conhecer as catedrais portuguesas, incluindo as antigas Sé de Elvas, Sé Velha de Coimbra e Sé de Silves:
Uma homlia do Arcebispo Alexander Sample, de Portland (EUA), sobre o Summorum Pontificum, a necessidade do usus antiquor e a interpretação do CVII à luz da Tradição. Tivessemos nós metade deste bispo em Portugal, e do seu amor pelo rebanho que lhe foi confiado. Vendo e ouvindo este vídeo temos a clara sensação de aqui vivermos num planeta distante.
Via Rorate Caeli.
Leiam Frei Bento Domingues (negritos, sublinhados e comentários meus):
Conversão da Igreja (1) ao serviço da transfiguração do mundo
Tanto no sentido moral como religioso, tentar é induzir ao mal ou pôr alguém à prova. (2) É neste último sentido que se fala das tentações diabólicas (3) que assaltaram Jesus, durante o seu retiro no Deserto. Foi solicitado a assumir, de forma milagrosa e espectacular, o poder económico, político e religioso de um país ocupado pelo império romano, provando assim, a sua divindade messiânica.
(...)
Estamos perante textos de uma cultura semita de há mais de 2.000 anos, com referências ao Antigo Testamento (AT) e continuamente reinterpretados na história das Igrejas. Exigem, por isso, que se volte a perguntar: as tentações de dominação económica, política e religiosa terão, ainda hoje, expressões significativas no mundo contemporâneo? Poderá a Igreja assumir as recusas radicais de Cristo ou terá de as corrigir, para poder voltar a sonhar com uma Cristandade poderosa no futuro?
F. Dostoiévsky (1821-1881), no romance, Os Irmãos Karamazov, com A Lenda do Grande Inquisidor, retomou, de modo impressionante, a centralidade desse tema de que só posso transcrever um breve trecho: “Se fosse possível imaginar, só a título de exemplo, que estas três perguntas tentadoras tivessem desaparecido das Escrituras e que fosse preciso reconstituí-las, reinventá-las, imaginá-las de novo, para as reintegrar nas Escrituras, se fosse preciso, para isso, reunir todos os sábios da terra – os reis, os cientistas, os filósofos, os poetas – e dizer-lhes: inventai, imaginai três perguntas que correspondam não só à grandeza do acontecimento, mas exprimam, além disso, em três palavras, em três frases humanas, toda a história do mundo e da humanidade, pensas que toda a sabedoria da terra teria podido inventar qualquer coisa que igualasse em profundidade e em força estas três perguntas que Te foram apresentadas no deserto, pelo espírito poderoso e inteligente?
Bastam essas perguntas, basta o prodígio que elas representavam, para se compreender que não se tratava duma inteligência humana, transitória, mas duma inteligência eterna e absoluta. (4) Porque nestas três perguntas estava condensada e predita toda a história ulterior da humanidade. Elas resumiam, também em três imagens, todas as insolúveis contradições históricas da natureza humana. Isto podia não ser tão evidente, então, porque se desconhecia o futuro; mas agora, quinze séculos mais tarde, vemos que tudo o que foi adivinhado e predito nestas três frases se realizou a tal ponto que nada mais se lhe poderá acrescentar ou tirar”.
2. Não interessa muito saber se, do ponto de vista histórico, tudo se passou como vem contado nos Evangelhos. No campo literário, o mais simbólico, o mais poético é também o mais real. O que importa, em textos desta natureza, é o seu processo de significação. A sua interpretação em contexto litúrgico depende da seguinte pergunta: em que medida ajudam a interpretar a nossa experiência actual e, por ricochete, como é que a situação actual ajuda a redescobrir a fecundidade de textos exemplares, do ponto de vista humano e cristão?
Faço este apontamento não só por causa dessa questão, mas também pelas interrogações suscitadas pela leitura das passagens do livro do Genesis (c.2-3) e de S. Paulo (Rm 5), na mesma celebração. Continuam a alimentar a crença no pecado original, no qual todos os seres humanos teriam sido concebidos e que Jesus Cristo teria vindo redimir. Apesar de todo o trabalho exegético e teológico realizado, tudo isso que parece absurdo, ainda funciona como um arquétipo. Será porque nos continua a servir de desculpa pelo mundo tremendo em que nascemos e para o qual não se vê, ou não se quer ver, remédio? (5)
(...)
1 - A Igreja precisa converter-se!
2 - Comum e grave confusão entre "tentar" e "induzir em tentação" (... "et ne nos inducas in tentationem"...).
3 - O itálico...
4 - Está a referir-se ao diabo, o autor das "perguntas"?! Arrepiante! Ah, não, o itálico da nota anterior faz aqui sentido: Jesus (Deus) tentou-se a si próprio. Mais arrepiante! Interpretando, o diabo, um dos três inimigos da alma, não existe e o homem é o autor da tentação. Heresia.
5 - Heresia. Anátema. Negação do pecado original e da remissão dos pecados. Demolição de toda a Escritura, Teologia, Doutrina.
Uma curiosidade litúrgica, esta tarde, na Patriarcal, depois do Ofício de Leitura: os greco-católicos ucranianos radicados em Portugal cantaram a panachida, um ofício fúnebre bizantino, de singular beleza. Um momento estranho, único e algo imprevisível. Para ver a partir do minuto 47:45.
D. José IV da Cruz Policarpo, décimo sexto patriarca de Lisboa, cardeal-presbítero da Igreja de Roma.
26 de Fevereiro de 1936 - 12 de Março de 2014
R.I.P.
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Faleceu esta Quarta-feira, aos 78 anos, o Patriarca Emérito de Lisboa, Cardeal José da Cruz Policarpo. O Patriarca Emérito encontrava-se em retiro em Fátima quando por uma indisposição foi levado para o Hospital do SAMS, onde veio a falecer vítima de um aneurisma na aorta.
As exéquias presididas pelo Patriarca de Lisboa D. Manuel Clemente vão ser celebradas na sexta-feira, dia 14, às 16 horas na Sé Patriarcal, seguindo depois para o Panteão dos Patriarcas.
No Rorate Caeli:
Rev. Joseph D. Santos, Jr., of the Church of the Holy Name of Jesus (Diocese of Providence), invites you to travel with him to Portugal from May 6 – May 14, 2014, where he will be offering the Traditional Latin Mass each day in the Roman Rite and including a Mass in the Rite of Braga.
Among the highlights are Madeira isle, Blessed Karl’s resting place, Braga, the primal see of Portugal, and Fatima, a place chosen by heaven.
For more information and phone numbers, visit here.
O padre Joseph D. Santos foi o sacerdote que celebrou, em 2010, uma Missa no Rito Bracarense em Fátima por ocasião do workshop "Restaurando o Sagrado com a Santa Missa Tradicional", iniciativa dos Cónegos Regulares de São João Câncio (EUA).
Actualizarei este post se obtiver mais detalhes sobre os locais e horários das Missas a serem celebradas neste peregrinação, e se serão públicas.