Atirem pedras, vá!

Le Pen, com quem simpatizo pouco, afirmou no Parlamento Europeu que as câmaras de gás são um "detalhe" da II Guerra Mundial. Face a isto, a acusação é de "negacionismo". Nada de estranho. Os próprios jornais, alinhados com o pensamento único, fazem voto na matéria e escondem a imparcialidade, e até mesmo a decência profissional, com títulos como os do Público: um em que "informa" que Le Pen considerou o holocausto um detalhe (o que não corresponde à verdade mas sim a uma interpretação claramente condicionada e direcconada daquele jornal) e outro em que lemos que o eurodeputado negou o próprio holocausto (mentira grosseira). Já em tempos o lider da FN francesa tinha sido condenado a uma multa em França pelas mesmas razões, sendo que agora querem alterar as leis parlamentares do orgão federal para impedir que este o presida.

A tudo isto se chama liberdade de pensamento, de expressão e democratismo. Isto mesmo, sem tirar nem pôr, por mais antagónico que pareça. A verdade é que, aparente ou não o antagonismo, a realidade fala por si: a invenção constante do inimigo é tipicamente orwelliana. E a recente polémica acerca do preservativo não escapa a esta lógica...

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Nota: Já agora, do que eu gostava mesmo, mesmo, mesmo era que prendessem, ou simplesmente multassem, quem nega a perseguição que a 1ª República fez à Igreja. Era apanhar aí mil e um "negacionistas" que escrevem história e vendem a rodos. Só não o fazem, neste e noutros casos, porque em nada serve o regime. Mais uma vez, tipicamente orwelliano.
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publicado por Afonso Miguel às 20:23 | link do post | comentar