O regime por um fio

É reconfortantemente triste assistir a este circo da selecção nacional em estreia europeia num 10 de Junho antecipado e esquecido. Há no ar um desespero português disfarçado a drunfos de futebol e do big brother dos meninos heróis (quais condestáveis...) e espelhado num presidente da república praticamente sozinho a espetar um ramo de flores protocolares na campa de Camões. O facto, é que ninguém quer saber da república a não ser os que dela vivem, o que acaba por satisfazer um certo espírito reaccionário. Embora seja certo que a indiferença é prima da impunidade, este abandono do culto nacional pelas vias comemorativas que o regime promove é revelador de que o povo não se revê no regime, consciente ou inconscientemente. Situação bem distinta da vivida pelos nossos históricos aliados que, bem ou mal, souberam manter uma monarquia que é a própria nação.

publicado por Afonso Miguel às 16:54 | link do post | comentar