Martírios modernos
Um dia, quando formos a uma entrevista de emprego, em vez de nos perguntarem quais são as nossas expectativas salariais e de termos de florear o muito que podemos dar a uma determinada empresa, passamos a ser sujeitos a uma avaliação de carácter que, semelhante a provas que hoje já se praticam, incidirá sobre questões relacionadas com a moral para traçar o perfil do candidato. Não, não se trata de procurar saber se o funcionário seria capaz de, por exemplo, ser injusto com os colegas, enganar os patrões ou roubar uns dinheiros do cofre. Ultrapassa isso: trata-se de perceber se a pessoa está alinhada ou não com a ditadura da opinião dominante, sob pena de ser remetido à leprosaria dos "fassistas". É institucionalizar no trabalho o que se passa na rua.
Brendan Eich, ex-CEO do Mozzilla, não escapou a uma outra versão do descrito. Vasculharam-lhe a vida, descobriram-lhe a careca e a leprosaria ganhou mais um inclino. Em nome da santa tolerância...
A ler: What Mozilla Means