Semper Idem

Uma aprofundada reflexão sobre a matéria do post anterior e os mais recentes desenvolvimentos na cena eclesial levam-me à conclusão definitiva deste blog. A Tribuna tentou, no seu tempo, acompanhar uma dinâmica que agora se altera ou muta - embora não possa acabar - iniciada por um pontificado memorável e subitamente ameaçada pelas circunstâncias que levam Bento XVI a abdicar. Quebra-se, não há dúvida, um ciclo importante, e com essa transição se fina este espaço para, Deus querendo, se iniciar outro. Outro com outra roupagem, com outro ciclo, mas com a mesma convicção inabalável que este Papa ajudou a cimentar, que é a da vitória clamorosa do pensamento e da acção tradicionais sobre a miséria do iluminismo.

Um agradecimento especialíssimo a quem acompanhou esta casa e nela e para ela contribuiu.

Este espaço avança para mais um aniversário de pasquinada reaccionária e a reflexão sobre o futuro da postagem impõe-se com alguma inevitabilidade. A blogosfera, para além de moribunda, tornou-se cruelmente selectiva, o que arruína qualquer esperança a um escriba inconstante, inconsistente, meio incompetente e, enfim, visivelmente medíocre, como é o caso. Não se encontram por aqui conteúdos que, quaisquer que sejam as matérias de interesse para o leitor, constituam para ele motivo de visita constante, atenta e participativa. A periodicidade intermitente da publicação e a ausência de especialização temática também não ajudam.

Que devo então fazer da Tribuna? Valerá a pena continua-la como repositório de algo que só ao autor serve? Valerá a pena a presunção de que um ou dois desocupados ainda se preocupam com o que aqui é dito ou aqui procuram algo merecedor do tempo despendido? A verdade é que não sei como nem porquê continuar esta espécie de (auto)apostolado que iniciei há já bem mais de quatro anos. Que faço eu aqui?

"Bento XVI e o Farmville", por Padre Portocarrero de Almada, no i.

Jaime Nogueira Pinto ao i:

É um motivo de preocupação em Portugal, a liberdade de imprensa?

 

Não vejo. Acho mais importante a perda progressiva da maior parte dos centros de decisão e acho horrível a indiferença com que se vê isso acontecer. Acho que há uma profunda desnacionalização das pessoas e das consciências. Isto foi tudo feito em nome da economia e as pessoas ainda não viram sequer que, mesmo do ponto de vista económico, se perderem a identidade e a independência nacional vão ser uma espécie de trabalhadores por conta de outrem, de escravos, e não sabem de quem. E fizeram isto tudo alegremente em nome da liberdade, da democracia e da igualdade, sem perceberem que o país vai estar cada vez mais dependente e vai ser cada vez menos importante. Nos anos 60 podia ser mal visto, mas era um país importante.

... os meninos que alimentam uma coisa moribunda e meio ridícula chamada Diário Ateísta já estariam com os pés para a cova: publicaram, na integra, o meu post de ontem sobre D. Januário, provavelmente convencidos de que se tratava de coisa parecida às verborreias mentais que lhes são próprias. Lidas as primeiras três ou quatro frases do meu texto, sem verificar a "ortodoxia" desta casa e do seu autor, muito menos a do próprio post, fizeram copy past e já está. Pena terem emendado o erro, porque vos garanto que era de gargalhada.

E qual seria o programa?

Será que sou só eu que não consigo compreender que o primeiro casamento em usus antiquor de que há registo (fotográfico e em vídeo, inclusivamente) em Portugal desde o CVII não tenha sido sequer comentado em nenhuma das principais casas da blogosfera tradicionalista internacional?! Bem sei que aqui se disse pouco e em tom de desapontamento, mas por que razão blogs que publicam sobre acontecimentos menores nos locais mais recônditos do globo não se interessaram minimamente por este apontamento histórico em Portugal? Como também não se interessaram minimamente pelas gravíssimas dificuldades que os noivos passaram para concretizar o seu sonho matrimonial! E não foi por falta de informação, porque eu próprio encaminhei o assunto para alguns e-mails. 

Enfim. Será que sou mesmo só eu que não consigo compreender?!

Este blog atingiu há dias as 50.000 visitas únicas (mais de 70.000 visualizações de página), sendo uma das últimas proveniente do Vaticano em busca de posts sobre a FSSPX...

Um bem-haja a todos os leitores.

Livro publica supostas cartas secretas de Bento 16 (via Fratres in Unum)

Ouve-se e lê-se que o golpe militar na Guiné é ilegítimo porque atenta contra a ordem e a paz democráticas e coloca em causa o futuro do país. Os organismos internacionais ameaçam com uma intervenção no terreno e as habituais sansões económicas. Nada de novo, se bem que nada de mais curioso, quando estamos em vésperas do 25 de Abril e ninguém tem a audácia de dizer ou escrever que se houve golpe militar ilegítimo e que colocou em causa a ordem e a paz de uma nação foi o de 1974. Aliás, foi a ideologia que o moveu na metrópole que levou à loucura independentista contra o "branco opressor", lançando um previsível fogo a África que tentámos legitimamente (sim, legitimamente) e em defesa das províncias, acalmar. Foi o ignóbil golpe abrilino e o comunismo que conduziram a Guiné ao ponto em que se encontra hoje e Portugal à miséria da bancarrota, da soberania vendida e do império desfeito - verdades históricas que a própria História há-de saber julgar.

Acabei de encerrar o grupo "Eu quero Missa Tridentina em Portugal" que, há mais de um ano, tinha criado no facebook para promover a discussão sobre o bloqueio que o episcopado português mantém à forma extraodinária do Rito Romano. Agregados mais de uma centena de membros, nem o objectivo foi alcançado nem os assuntos abordados estavam muitas vezes directa ou indirectamente relacionados com o tema central. Assim sendo, e depois de alguns avisos à navegação, desactivei definitivamente aquele espaço.

O jornal O Diabo continua a ser a única proposta jornalística alternativa minimamente relevante em Portugal. Já teve dias melhores, como é óbvio, fruto da actual situação do sector e da incontornável massificação da opinião pública. Mas o artigo assinado por Flávio Gonçalves na edição da semana passada também não ajuda. É um texto dolorosamente mal escrito e que merece a máxima atenção de quem ainda aposta em salvar o título, porque pior do que não ter leitores é abusar dos poucos que restam, como eu. Se no último número de aniversário o tema de primeira página era o acordo ortográfico, questão que me parece ser bastante querida à direcção, há que saber prezar a Língua. Sobretudo, há que salvar a indiscutível qualidade da restante publicação destes erros de casting.

O presidente francês afirmou há dias, a propósito de uma chacina levada a cabo por um muçulmano numa escola sionista de Toulouse, que as consequentes investigações e detenções se devem a não poderem mais deixar entrar em terras gaulesas quem se oponha à república.

É pena. Estava a pensar ir a Paris este ano.

Entre as mudanças e a prolongada ausência, cumpriram-se 3 anos de Tribuna. Em frente...

Depois de um longo recesso, seguem-se algumas alterações no aspecto do blog. O layout estava muito pesado e nada como um toque de simplicidade para descansar os olhos e facilitar a navegação. Retomo a postagem quando possível. Até lá, desejo-vos uma santa e frutuosa Quaresma.