Leitura
Excelente: "Ecclesia mutilans", de Miguel Ayres de Campos Tovar.
Mons. Guido Marini, in Liturgia Mysterium Salutis:
Há um direito do povo de Deus que jamais pode ser desatendido. Em virtude desse direito, todos devem poder aceder àquilo que não é simplesmente e pobremente fruto da obra humana, mas àquilo que é obra de Deus e, precisamente por isso, fonte de salvação e de vida nova.
Mons. Guido Marini, in Liturgia Mysterium Salutis:
[...] não é difícil apercebermo-nos de como algumas maneiras de agir estão distantes do autêntico espírito da liturgia. Com efeito, por vezes, com o pretexto de uma pretensa criatividade, chegou-se e chega-se a baralhar de vários modos a liturgia da Igreja. Em nome do princípio de adaptação às situações locais e às necessidades da comunidade, arrogamo-nos o direito de tirar, acrescentar e modificar o rito litúrgico consoante a própria subjectividade e emotividade.
Houvesse um sílabo de erros a ser respeitado na construção de igrejas e a de Nossa Senhora dos Navegantes, a novidade no Parque das Nações, seria uma belíssimo exemplo de tudo o que a arquitectura católica não deve ser. A par de aberrações como, entre outras, a Igreja do Sagrado Coração ou a Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Olivais, ambas em Lisboa, é este o mais recente mostrengo modernista da capital a fazer jus à institucionalização reinante da fealdade. Vista da Ponte Vasco da Gama assemelha-se a um mamarracho industrial inacabado, indigno da dedicação e das funções que lhe atribuem. Tinha eu reservas em viver em semelhante bunker de traça totalitária soviete, quanto mais em dedicá-lo a Deus. Mas o senhor Dom Manuel acha que está a condizer:
Lisboa, 31 mar 2014 (Ecclesia) – D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa presidiu este domingo à dedicação da igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, no Parque das Nações, e afirmou que o templo “condiz” com a “verdade da Igreja” pela sua configuração “essencialmente comunitária”.
“A verdade do templo é a verdade da Igreja e a Igreja é uma realidade essencialmente comunitária, com vários carismas dados a este e aquele, a esta e àquela para benefício do conjunto”, disse o patriarca de Lisboa à Agência ECCLESIA.
Para D. Manuel Clemente “antes de ir par ao templo material há a realidade eclesial que tem esta expressão plástica” e que neste caso “condiz” e “ quando condiz e dá um sentimento de integração, de certeza, dá força para a vida”.
Para D. Manuel Clemente, a paróquia do Parque das Nações é uma resposta ao apelo do Papa Francisco, que pede às comunidades cristãs para se organizarem e para contrariarem a “crise de compromisso comunitário”.
“Pelo facto de se reunirem na comunidade cristã, quer na dimensão sóciocaritativa, quer na catequese, quer na liturgia, nas instalações provisórias que tinham, tudo constitui uma rede que é hoje a rede social do Parque das Nações”, afirmou o patriarca de Lisboa após a celebração de dedicação da igreja de Nossa Senhora dos Navegantes.
Para D. Manuel Clemente, a paróquia do Parque das Nações “é um exemplo de como o culto cristão e a Igreja, pelo facto de ser assembleia, é um fator de união á sua volta, até para os que não são crentes ou cristãos”, sublinhou.
E não é que, vai na volta, tem razão! O pároco explica:
A igreja do Parque das Nações foi construída a partir da mensagem do II Concílio do Vaticano e os responsáveis não quiseram “impor figuras, nem modelos arquitectónicos”, mas “clarificar os modelos de Igreja” que pretendiam, disse à Agência ECCLESIA o padre Paulo Franco.
Para o pároco da Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes foi apresentado “um programa iconográfico” que está centrado numa “igreja à luz e à imagem do II Concílio do Vaticano para responder à liturgia e ao modelo celebrativo” que a assembleia magna (1962-65) preconiza.
O projeto é da autoria do arquiteto José Maria Dias Coelho que, além de um complexo paroquial, se “centrou na construção de um templo, inspirado em Nossa Senhora dos Navegantes e nos Oceanos, que foi o tema da Expo 98, em cujo território nasceu a nova freguesia do Parque das Nações”.
Preparada para acolher quase 700 pessoas, a igreja apresenta “uma arquitetura circular, pensada e executada como casa e escola de comunhão”, onde “a disposição dos espaços e da assembleia, convergem para o que deve ser o seu centro: o altar, centro da ação Litúrgica da Eucaristia”.
“É impossível, neste espaço sem se sentir participante na própria liturgia” porque “quase que não há recanto para estar em silêncio”, acrescentou o padre Paulo Franco.
Lex orandi, lex credendi.
Um post do Miles n' A Casa de Sarto a propósito da impossibilidade de diálogo com o episcopado sobre a Missa de Sempre, muito na linha do que aqui escrevi em Agosto do ano passado e venho reiterando desde então.
O argumento falso de que a liturgia romana moderna é o que ainda chama alguma juventude à religião colhe os seus frutos nos templos vazios, na prática dominical cada vez mais diminuta, nos seminários às moscas e naqueles que, outrora envolvidos no grupo de guitarradas da paróquia, não mais frequentam a Igreja em idade adulta. Dizem, não fosse a reforma conciliar e teríamos hoje pior cenário. É desculpa que também não vinga quando constatamos a adesão crescente a movimentos juvenis tradicionais com acesso ao legado litúrgico tridentino, onde estes são encorajados ou apenas tolerados. Como por cá o episcopado vive fanaticamente comprometido e cego com as metas do espírito conciliarista, continua cantando e rindo enquanto priva gerações inteiras da grande experiência da Tradição Católica. Uma experiência muito querida pelo nosso amado Papa Bento XVI e completamente rasteirada pelos bispos portugueses, que nos votam a um vergonhoso "orgolhosamente sós" movido pela institucionalização da ignorância.
A FSSPX na Alemanha produziu um vídeo que indicia isto mesmo: a juventude é sedenta de Tradição, porque só ela garante continuidade e autenticidade. Fizeram-no em resposta a um filme, como explica o Fratres in Unum:
Vídeo que os jovens do Distrito Alemão da FSSPX fizeram em resposta ao infeliz filme Kreuzweg (“Via Sacra”), do diretor alemão Dietrich Brüggermann. O filme narra a vida de uma adolescente alemã de 14 anos que se prepara para receber o Sacramento da Crisma. Maria, a anoréxica protagonista, interpretada por Lea van Acken, vive com sua família católica tradicionalista sob o controle de uma mãe controladora e recebe instrução religiosa do padre Weber, da rigorosíssima Fraternidade de São Paulo (baseada na FSSPX). Segundo o enredo do filme, as regras ultra exigentes da vida católica são um fardo e suas expectativas impossíveis de serem alcançadas pela personagem, que, embora deseje fazer a coisa certa e estar próxima de Deus, não consegue negar seus próprios desejos.
Algumas das frases ditas pelos jovens no vídeo:
“É um sentimento maravilhoso estar com todos e ter o mesmo objetivo…”
“Desejo que as pessoas experimentem o que a Fé realmente significa.”
“Uma comunidade na qual eu encontro amor, ajuda e uma família gigantesca.”
“A Missa Antiga me fascina e entusiasma, sobretudo, porque ela simplesmente ensina que a Igreja existe há 2000 anos.”
Picado do blog da Una Voce Portugal, um excerto de um texto do Padre António Coelho OSB sobre a perenidade da liturgia e as pretensões, já nos anos 20 do século passado, de a suprimir para dar lugar a uma adaptada ao homem moderno:
Falam [...] duma liturgia nova, chamada a suprir a liturgia velha, a oficial, que já não é compreendida do povo, que já não instrui nem santifica, que já não é arma ofensiva para a conquista do mundo…
[...]
E a Liturgia da Igreja é tão velha como a Igreja e tão nova como ela. Ora como não há Igreja velha e Igreja nova, também não há Liturgia velha e Liturgia nova. Há uma só Liturgia, que possui elementos duma antiguidade venerável, mas que não carecem de ser chamados a uma vida nova, por isso que estão carregados da vida perene da Igreja, que é a vida da graça que jorra do Sacrifício, emana dos Sacramentos e circula, em certo sentido, em todos os ritos, que todos eles são poderosos sacramentais.
E o que é preciso, o que é urgente fazer neste século em que, sim, infelizmente, a Liturgia nem é praticada, nem estimada, nem conhecida, não é criar uma liturgia nova; é atrair todos os fiéis à Liturgia perene da Igreja, antiquíssima e duma juventude alegre, ardente, activa e sedutora, que a todas as Horas se renova, Liturgia popular, popularíssima, como no-lo demonstram a história do passado e as felizes experiências em boa hora empreendidas em todas as nações da terra; é fortificar e unificar a vida espiritual dos povos, introduzindo-os todos na corrente vivificante da Liturgia.
[...]
E não é esta Liturgia [...] a Liturgia do Coração de Jesus, desse Coração divino cujos mistérios de amor e de dor ela [a Igreja] revive do primeiro Domingo do Advento ao Domingo de Cristo Rei, desse Coração amantíssimo do Pontífice e Vítima do Sacrifício todos os dias renovado, desse Coração generoso, fonte inexaurível de vida cujas graças correm abundantes pelos Sacramentos, desse Coração obedientíssimo, harpa harmoniosa dos louvores do Padre Eterno cujo eco ressoa nos hinos e cânticos do Ofício Divino?
Criada pelo Coração de Jesus, regulamentada, conservada e praticada pela Igreja, a Liturgia, sempre antiga e sempre nova, carregada do fecundante eflúvio da graça, é Apostolado de Oração que detém os raios da vingança divina, converte e santifica as almas, une-as à infinita reparação do nosso Pontífice e Vítima, e , depois atira-as à conquista do mundo, à consolidação e extensão do reinado social de Jesus; é o meio poderosíssimo, o único meio oficial, de que a Igreja se serviu no passado, se serve hoje e há-de servir sempre, para regenerar a humanidade, santificar as almas e dar glória a Deus.»
- Pe. António Coelho, OSB
in Opus Dei – Revista Litúrgica Mensal, IV Ano, 1929-1930
Naturalmente, a Igreja sempre cobriu o que é sagrado. Sobre o tema, vale a pena ler:
Nosso Pai e Senhor, São José, é Mestre da vida interior. Coloca-te sob o seu patrocínio e sentirás a eficácia do seu poder.
(São José Maria Escrivá)
São José foi o homem mais puro em sua virgindade, mais profundo em sua humildade, mais ardente na caridade, mais elevado na contemplação.
(São Bernardino de Sena)
Alguns santos receberam o privilégio de nos proteger em casos particulares. A São José foi conferido o encargo de nos socorrer em todas as necessidades e em qualquer negócio. O encargo de defender, proteger e amparar com perene benevolência todos os que a ele recorrem.
(São Tomás de Aquino)
Quem não sabe que São José ocupa, depois de Maria, o primeiro lugar no Coração de Deus, e muito pode junto do Senhor, em favor daqueles que imploram o seu auxílio?
(Santo Afonso)
Vi no céu os santos inclinarem a cabeça, quando pronunciavam o nome de São José.
(Santa Gertrudes)
Que santo, que anjo, mereceu jamais ser chamado pai do Filho de Deus? Só José teve essa honra.
(São Basílio)
São José avantaja-se ao demais santos, porque ele pode auxiliar-nos em toda a espécie de necessidades.
(São Bernardo)
São Pio X dava grande importância à devoção a São José e não deixava de inculcá-la aos fiéis. Os pais de Santa Teresinha pediam a Deus, por intermédio de São José um filho, futuro missionário. O Senhor atendeu-os, enviando-lhes Teresinha, a Padroeira das Missões. Os pedidos de São José são considerados por Nosso Senhor como ordens, porque o pedido de um pai a seu filho tem o valor de uma ordem.
(Gerson)
Não podemos duvidar que Jesus conserva no céu para com São José a ternura e respeito que lhe testemunhou outrora na terra, isto é, ternura e respeito filial.
(São Bernardino de Sena)
Quem não achar mestre que o ensine a orar, tome São José por mestre, e não errará o caminho.
(Santa Teresa)
O Senhor recomendou a Santa Margarida que tivesse especial devoção a São José, e lhe prestasse sempre filial homenagem. O nome de São José e a alagria do céu, a esperança da terra e o terror do inferno.
(Berlioux)
Grande e muito grande é o valimento de São José, como o prova a experiência e o ensinamento dos doutores da Igreja.
(Santo António Claret)
Que bom é São José! Trta-me como um pai e um filho. S. José, Pai de Cristo, é também teu Pai e teu Senhor. Recorre a ele.
(São José Maria Escrivá)
Não me lembro de ter pedido alguma graça a São José que ele não me tenha alcançado.
(Santa Teresa)
É tão importante a devoção a São José, que deve enraizar-se nos costumes e instituições católicas. Queremos que os fiéis sejam incitados a esta prática pela palavra e nossa autoridade.
(Leão XIII)
Se amais São José, imitai-lhe as virtudes.
(Santo Ambrósio)
Como é doce, calmo, sereno e suave o pensamento de São José, meu primeiro e predilecto protector.
(Beato João XXIII)
***
SANCTE IOSEPH, ORA PRO NOBIS!
Uma homlia do Arcebispo Alexander Sample, de Portland (EUA), sobre o Summorum Pontificum, a necessidade do usus antiquor e a interpretação do CVII à luz da Tradição. Tivessemos nós metade deste bispo em Portugal, e do seu amor pelo rebanho que lhe foi confiado. Vendo e ouvindo este vídeo temos a clara sensação de aqui vivermos num planeta distante.
Via Rorate Caeli.
Uma curiosidade litúrgica, esta tarde, na Patriarcal, depois do Ofício de Leitura: os greco-católicos ucranianos radicados em Portugal cantaram a panachida, um ofício fúnebre bizantino, de singular beleza. Um momento estranho, único e algo imprevisível. Para ver a partir do minuto 47:45.
No Rorate Caeli:
Rev. Joseph D. Santos, Jr., of the Church of the Holy Name of Jesus (Diocese of Providence), invites you to travel with him to Portugal from May 6 – May 14, 2014, where he will be offering the Traditional Latin Mass each day in the Roman Rite and including a Mass in the Rite of Braga.
Among the highlights are Madeira isle, Blessed Karl’s resting place, Braga, the primal see of Portugal, and Fatima, a place chosen by heaven.
For more information and phone numbers, visit here.
O padre Joseph D. Santos foi o sacerdote que celebrou, em 2010, uma Missa no Rito Bracarense em Fátima por ocasião do workshop "Restaurando o Sagrado com a Santa Missa Tradicional", iniciativa dos Cónegos Regulares de São João Câncio (EUA).
Actualizarei este post se obtiver mais detalhes sobre os locais e horários das Missas a serem celebradas neste peregrinação, e se serão públicas.
No passado dia 16 de Fevereiro de 2014, D. Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar de Astana, Cazaquistão, foi aos Jerónimos dar um testemunho sobre a perseguição aos Cristãos pelo regime comunista na antiga União Soviética, na Ásia Central.
No mesmo dia, ele celebrou também a Santa Missa nos Jerónimos. Aqui fica a homilia pregada por ele:
"Caros irmãos e irmãs!
Nesta Santa Missa queremos de modo particular exprimir a nossa fé católica, renovar a nossa fidelidade à imutável fé católica, e a nossa alegria de poder crer de modo católico. A expressão mais sublime da imutável fé católica é a liturgia, tal como nos foi transmitida, de um modo orgânico, a partir dos santos Apóstolos. Nós devemos continuar hoje a ter a mesma fé eucarística e a mesmo respeito para com o Santíssimo Sacramento que tiveram tantos Santos durante mais de um milénio, a mesma fé dos nossos pais e avôs; e se nós ou outras pessoas poderem comportar-se do mesmo modo ainda hoje, isso deverá comover-nos profundamente.
“Credo in sanctam catholicam Ecclesiam”. “Creio na Santa Igreja Católica”. Quando professamos a fé na Igreja Católica, professamos a verdade de que Cristo instituiu a Igreja, e que ela é una e única, e que esta Igreja é a Igreja Católica. Cristo fundou a Igreja, não somente sobre o fundamento que Ele mesmo é, mas também sobra a rocha visível, que é o Apóstolo Pedro e cada um dos seus sucessores. Vendo o quadro dos inumeráveis cismas entre os discípulos de Cristo e entre os mesmos bispos durante toda a história da Igreja, verificamos que S. Pedro e seus sucessores, os Romanos Pontífices, mostraram ao mundo toda a verdade das palavras divinas: “Sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16, 18). Desde os tempos antigos, escutavam-se estas palavras: “Ubi Petrus, ibi Ecclesia”, “onde está Pedro, aí está a Igreja”, palavras de Santo Ambrósio. Quem está com Pedro e com os seus sucessores, encontra-se sem dúvida na única Igreja de Cristo. Por essa razão, todos os perseguidores da Igreja e todos os cismáticos de todos os tempos tentaram separar os fiéis da rocha de Pedro, qual é a Cátedra Romana.
O que deu aos mártires e aos confessores a força de sofrer, e sobretudo a força da paz da alma no meio das condições desumanas dos cárceres e dos campos de concentração, foi a Santíssima Eucaristia. Quando lemos os testemunhos das suas vidas, descobrimos também nós, hoje, o exemplo da profundíssima fé no mistério da Santíssima Eucaristia, do ardente amor e da delicada reverência para com este máximo mistério da nossa fé, porque eles sabiam: a Eucaristia é o Senhor. “Dominus est”. E com isto está tudo dito.
Desejo citar alguns dos confessores de Cristo num dos mais horríveis campos de concentração estalinistas, das ilhas Solovetskin, no Mar Branco. O Pe. Donato Nowitsky escreveu: “Durante muito tempo celebrávamos a santa Missa no sótão, o tempo todo de joelhos, porque era impossível estar de pé. O Pe. Nikolaj ia todos os dias para a capela. Depois de um dia de desgastantes trabalhos forçados, levantou-se as cinco da manhã, tomou uma pequena quantidade de vinho, misturado com uma gota de água, e um pedaço de pão, e correu para a capela. As nossas celebrações da Eucaristia eram momentos de grandes alegrias espirituais. Agradeço a Deus que eu tenha podido estar nas ilhas Solovki. Não raramente experimentei, naquele horrível lugar, o sopro do paraíso e raras e grandes alegrias. Seguimos este princípio: olhar todas as coisas com os olhos da fé e alegrar-nos sempre na consciência de servir a verdade e gozar dela em cada momento».
O Pe. Donato Nowitsky deixou o seguinte comovente testemunho da sua própria ordenação sacerdotal, realizada em segredo: “Havia uma situação própria das catacumbas: na pobre capela estava sentado num simples banco, em vez de numa cátedra, o jovem bispo Boleslaw Sloskans. O bispo oficiava sem mitra e báculo. O seu rosto irradiava uma grande perfeição espiritual e substituía de certo modo estes sinais ordinários do poder episcopal. Na capela sentia-se o aroma da graça. Experimentámos que aqui, nesta terrível ilha, as palavras de Cristo eram cheias de significado real: “Eu estou convosco todos os dias”, “as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja”. Era o dia 7 de Dezembro de 1928. Eu não consegui conter silenciosas e alegres lágrimas, quando o bispo Boleslaw impôs as mãos sobre a minha cabeça dizendo: “Accipe Spiritum Sanctum”, “Recebe o Espírito Santo”, e quando também os outros sacerdotes confessores tocaram a minha cabeça. Sentia que a principal força, com a qual eu podia servir Deus no cárcere, era o santo Sacrifício da Missa. Sentia que Cristo é para sempre meu, e que sou seu servo para aliviar os seus sofrimentos. A minha alma sentia e dizia somente uma coisa: “Meu Senhor e meu Deus”.
Caríssimos irmãos e irmãs, estes exemplos devem comover-nos e encorajar-nos no exercício da nossa santa fé. Para os nossos irmãos mártires e confessores, a Eucaristia era o centro de cada dia e o verdadeiro fim de toda a sua vida. Mesmo nas miseráveis condições das catacumbas, eles demonstraram a máxima atenção e reverência para com a Eucaristia. Nem sequer um detalhe do rito da Missa e dos gestos exteriores consideraram que fossem secundários. Que exemplo para nós, que vivemos na liberdade, ainda na liberdade, tendo tantas possibilidades de celebrar a Santa Missa com solenidade e com toda a riqueza do culto, digno da majestade divina! Queremos competir com eles no modo de celebrar e venerar a Eucaristia. Que exemplo de fé seria se, no meio da crise litúrgica da Igreja latina nos nossos dias, em todas as Santas Missas, em todo o orbe, os católicos recebessem a santa Comunhão de joelhos e na boca: que durante a liturgia da Missa fossem sempre mais os sinais de adoração, do silêncio, da sacralidade da música; se o sacerdote e os fiéis estivessem orientados na alma e no corpo para o Senhor, olhando juntos para o Crucifixo e para o rosto de Cristo no Sacrário, no centro da igreja. Deste modo a fé poderia crescer e tornar-se mais católica, sempre mais eucarística.
A liturgia é o rosto mesmo de Cristo, para o qual todos devem ser orientados. A verdadeira renovação da Igreja nos nossos dias acontecerá somente quando os fiéis, e em primeiro lugar o clero, aspirarem sinceramente à perfeição da caridade. Contudo, não haverá santidade e caridade para com o próximo sem a adoração reverente de Deus, isso é sem uma liturgia reverente e cristocêntrica. A santidade e a verdadeira caridade para com o próximo não existirão sem que a Igreja dos nossos dias se ajoelhe com amor e tremor diante de Cristo, real e substancialmente presente no mistério eucarístico.
Que toda a vida da fé e toda a liturgia sejam permeadas com a reverência diante da majestade de Deus, sabendo que tudo vem d’Ele, e que sejam ao mesmo tempo permeadas com a alegria de podermos aproximar-nos de Deus, que alegra a juventude da nossa alma. A santidade e a beleza celestiais da liturgia da Missa proclamam esta verdade e nos confortam nela: “Credo in Ecclesiam catholicam apostolicam et romanam”, “Creio na Santa Igreja católica romana”. Amen.
Via Senza Pagare.
O título do post diz tudo. Nos EUA, o bispo Michael Olson, recém chegado à diocese de Fort Worth no Texas, decidiu proibir a celebração diária da Missa Tradicional no colégio de Fisher More. Depois do ataque aos Franciscanos da Imaculada, seguem-se as escolas católicas?
Informação em exclusivo pelo Rorate Caeli. Com um apelo: "blog about this grave injustice".